Uma secretária do vereador Jerson Braga Maia, o Caxicó (PPS), foi morta a tiros na manhã desta quarta-feira, dentro do gabinete do parlamentar na Câmara Municipal de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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Após tirar uma foto e passar pela roleta, Cláudio virou à direita e entrou no gabinete do vereador Caxicó, um dos primeiros do corredor, próximo à portaria. Ludmila estava sozinha na sala e foi morta com quatro tiros por volta de 9h. A arma usada no crime é uma pistola de calibre .40.
Depois que matou a secretaria, o policial civil atirou contra a própria cabeça e foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que o levou até a Prefeitura de Contagem, onde o helicóptero Arcanjo do Corpo de Bombeiros já o aguardava para encaminhá-lo a um hospital da cidade, ainda não divulgado.
Ludmila tem duas filhas. O vereador Caxicó, para quem a vítima trabalhava, é sogro do prefeito de Contagem, Alex de Freitas (PSDB).
Por causa do crime, o prédio da Câmara foi evacuado e o quarteirão isolado. O expediente foi suspenso e o presidente da casa do legislativo decretou luto por três dias.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que o assassinato da secretária ficará sob a responsabilidade da Delegacia de Homicídios em Contagem. A corporação ressalta ainda "que os trabalhos estão sendo acompanhados pela Corregedoria-Geral de Polícia Civil."
Ausência de detector de metais
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal de Contagem, vereador Leo Motta (PSL), informou que Cláudio passou pela roleta na portaria principal da Câmara e identificou-se aos porteiros, descartando qualquer falha de segurança que possa ter facilitado a execução do crime.A arma usada no crime não foi flagrada porque os detectores de metal do prédio estão em fase de instalação. “Todas as providências para garantir a segurança aos vereadores, funcionários e pessoas que passam pela câmara estão sendo tomadas. Nós temos o circuito interno de segurança, as roletas e os detectores estão em fase final de instalação”, explicou o parlamentar.
Leo Motta ainda disse que familiares de Ludmila, que estiveram no local, disseram a ele que a mulher vinha sofrendo ameaças do autor.
Prefeitura lamenta morte
A Prefeitura de Contagem emitiu nota, no início da tarde, lamentando a morte de Ludmila Braga. "A violência contra a mulher, infelizmente, é recorrente no Brasil e um dos temas que mais nos preocupa", diz o texto.
O executivo municipal ainda informou que está à disposição "para ajudar a família e as investigações no que for possível. É nosso compromisso combater firmemente a violência contra a mulher em todos os segmentos da sociedade.
O vereador Jerson Braga Maia, o Caxicó, também publicou nota, em seu facebook, sobre a morte de Ludmila Leandra Braga. "Ludmila, além de uma excelente profissional, era uma mãe maravilhosa e uma luz em nossas vidas. Sempre sorrindo e disposta a ajudar, irradiava alegria por onde passava. Lud (como carinhosamente a chamávamos) vai estar sempre em nossas mentes e corações", diz trecho do texto.
Violência contra a mulher desafia autoridades
Esse é o segundo caso envolvendo um agente da Polícia Civil em dois dias. Ontem, um policial invadiu a casa de uma família em Santa Luzia, na Grande BH, e matou a tiros três mulheres, sendo mãe e duas filhas. Principal testemunha do crime, o marido de uma das vítimas informou que o autor, Paulo José de Oliveira, de 40 anos, cometeu o crime por ter sido condenado pelo estupro das duas jovens assassinadas, uma de 18 e outra de 15 anos. Em seguida, o autor se matou.Paulo estava preso na Casa de Custódia da Polícia Civil desde 27 de julho do ano passado pelos abusos sexuais e fugiu do local, onde ficam presos apenas policiais civis, para cometer o triplo assassinato. A Corregedoria-Geral da Polícia Civil abriu sindicância para apurar o que aconteceu na Casa de Custódia e vai investigar se Paulo teve a fuga facilitada.
Hoje, enquanto o escrivão de Betim cometia o crime contra a secretária do vereador Caxicó dentro da Câmara de Contagem, as três vítimas de Santa Luzia eram veladas.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen
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