Familiares e amigos prestam as últimas homenagens a secretária Ludmila Leandra Braga, de 27 anos, que foi assassinada a tiros nessa quarta-feira dentro da Câmara de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo dela está sendo velado no Cemitério Parque Renascer, na mesma cidade. Abalados, parentes não quiseram comentar sobre o caso. O autor do crime, o escrivão de Polícia Civil Cláudio Roberto Weichert Passos, de 41, segue internado no Hospital João XXIII. O estado de saúde dele não foi informado.
Desde o início da manhã, dezenas de pessoas passam pelo cemitério para se despedir de Ludmila. O clima é de tristeza e revolta. Os amigos ressaltam as qualidades dela, que era tratada como uma pessoa atenciosa e que se preocupava com as pessoas. “Ela é uma pessoa maravilhosa, fantástica, muito atenciosa com todo mundo, e com pessoas que iam lá no gabinete. Nós tínhamos vários projetos sociais em comunidades, e ela ficava nesta responsabilidade”, disse Geraldo Mendes, colega de trabalho de Ludmila e que também trabalha para o vereador Jerson Braga, o Caxicó.
Geraldo não estava na Câmara no momento do crime. Mas, afirma que presenciou tudo por telefone. “Eu estava um dia antes com ela, ficamos mais de uma hora conversando. No outro dia (quarta-feira), 9h, liguei para um amigo que estava ao lado da sala. Estava conversando com ele e escutei os estampidos dos tiros e perguntei o que estava acontecendo. Ele desligou e foi olhar o que acontecia, voltou e falou: 'Geraldo, entrou um louco aqui e atirou na Ludmila. Deu quatro tiros'”, contou.
Os tiros foram disparados pelo escrivão Cláudio Passos. Ele passou pela segurança da Câmara por volta das 9h, apresentando-se como autoridade. Minutos depois, o servidor que deveria zelar pela proteção da população invadiu o gabinete do vereador Caxicó e executou Ludmila. Os dois já tinham tido um relacionamento amoroso. A vítima já vinha fazendo ameaças.
Testemunhas contaram que Cláudio mostrou a carteira em que constava o registro de escrivão da Polícia Civil para conseguir entrar com a arma no prédio, em que não há detector de metais operando. Após tirar uma foto e cruzar a roleta, Cláudio entrou no gabinete em que Ludmila estava sozinha. A jovem levou quatro tiros de pistola calibre .40.
Depois que matou a secretaria, o policial atirou contra a cabeça e foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levou até a Prefeitura de Contagem, onde o helicóptero Arcanjo do Corpo de Bombeiros já aguardava para encaminhá-lo ao Hospital João XXIII, em BH. A unidade não informa o estado de saúde de pacientes.