Uma falha no compressor de freios do ônibus da linha 305 (Estação Diamante/Mangueiras) foi a causadora do acidente com o coletivo que deixou cinco mortos e 18 feridos na terça-feira de carnaval, 14 de fevereiro, no Bairro Mangueiras, Região do Barreiro, em Belo Horizonte. A Polícia Civil informou que o equipamento produziu uma pressão de ar inferior à necessária para que os freios fossem acionados. Apesar do problema de manutenção, os delegados Pedro Ribeiro e Roberto Alves Barbosa, que estiveram à frente da investigação, descartaram responsabilização criminal à empresa dona do ônibus, a Transoeste.
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Vítima de acidente de ônibus no Barreiro recebe alta no Hospital João XXIIIAudiência pública vai debater causas do acidente de ônibus no BarreiroDez passageiros de ônibus que atravessou córrego no Barreiro seguem internadosHipótese de falta de freio em ônibus que caiu em córrego será checada pela Polícia CivilÔnibus cai em córrego na Região do BarreiroO delegado explica que o compressor foi exaustivamente testado pela perícia e, inclusive, comparado com uma peça nova, não deixando dúvidas de onde havia erro. "Foi uma falha de frenagem, então o compressor que deveria mandar ar para o sistema de freios falhou e com falta de pressão o freio não funcionava e por isso o motorista não conseguiu de fato parar o veículo", afirma.
O laudo pericial também comprovou que a luz indicativa no painel para problemas no freio ficava o tempo todo acesa, uma falha que não permitia ao motorista concluir quando o problema pudesse aparecer. Mas a Polícia Civil ainda não sabe desde quando essa luz estava acesa e se ela foi danificada no momento da batida. O certo é que independente da pressão praticada pelo compressor, a luz ficava sempre acionada e por isso não havia como o motorista saber do problema por essa indicação.
Mesmo assim, o delegado Pedro Ribeiro voltou a pontuar que não é possível estabelecer relação de culpa ou dolo para responsabilizar alguém da empresa pelo fato.
Outra questão levantada pelo inquérito foi que a falha dos freios aconteceu apenas no momento na batida, pois o tacógrafo apontou velocidades sempre inferiores a 60km/h, exceto no momento da tragédia, quando o velocímetro apontou pico de 100 km/h. O resultados das investigações aponta que não houve qualquer falha do condutor do coletivo, que inclusive chegou a dizer aos passageiros que se segurassem, porque estava sem freio. Boatos de mau súbito ou suicídio também foram categoricamente descartados pela Polícia Civil.
O acidente
Morreram o motorista do ônibus, Marcio João de Carvalho, de 59 anos, Maria do Carmo Pereira dos Santos, 73, Dayse de Fátima Josino Trindade, 55, Naiara Dias Martins, 30, e Thais Soares Morais, 25.