Um trecho da Via 710 – corredor que entra no quarto ano de obras e promete ligar as regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte, sem passar pelo Centro – deve estar liberado em dezembro. Essa é a previsão para que motoristas da capital trafeguem no percurso entre as avenidas José Cândido da Silveira e Cristiano Machado, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. A intervenção completa está programada para terminar no segundo semestre de 2019, aproximadamente três anos depois do previsto, abrindo um novo trajeto entre as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado. Porém, segundo a prefeitura, desapropriações e remoções que se arrastam na Justiça podem atrasar ainda mais o cronograma. A obra conta com investimento de aproximadamente R$ 120 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
De acordo com a PBH, várias frentes são executadas simultaneamente para atender aos prazos estabelecidos. Entre elas estão a estrutura do Viaduto Bolívar, terraplenagem, pavimentação e demais reparos (passeio, meio-fio e sarjetas) no trecho compreendido entre a Avenida Itaituba e a Rua Elísio de Brito, além da execução de rede de esgoto, pintura dos gradis, plantio de grama e limpeza da pista Oeste. Também está sendo implantada iluminação em LED, por meio do Consórcio BHIP.
Enquanto algumas estruturas passam por retoques finais, outros itens já estão concluídos. Segundo a PBH, as ações já terminaram nos viadutos D e E e na passarela de concreto entre os elevados. Estão prontas ainda a pavimentação asfáltica na armação de cortina de contenção, a instalação dos gradis e os serviços de microdrenagem, além das contenções para uma trincheira, as alças de acesso e a pavimentação sob os viadutos da pista Leste do complexo da Avenida José Cândido da Silveira.
Fator principal para as reprogramações das obras – previstas para ser entregues, inicialmente, no fim de 2016 – as desapropriações e remoções dependem de processos judiciais. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, das 217 desapropriações previstas pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), 190 imóveis já foram liberados, enquanto os 27 restantes aguardam trâmite jurídico ou estão em negociação (87,5% das famílias já foram deslocadas). Neste caso, as famílias são donas do imóvel e recebem indenização para deixar as moradias.
Quanto às remoções – casos em que as famílias não são proprietárias do imóvel – a PBH informou que elas estão a cargo da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). Nas remoções, a Sudecap acompanha apenas casos que vão parar na Justiça. Das 392 remoções previstas, 275 já foram concluídas (cerca de 70% do total). Entre as 117 restantes, 31 estão suspensas por recomendação do Ministério Público Federal. Referem-se a moradias da Vila Arthur Sá, localizada no Bairro União, no Região Nordeste da capital. Entre remoções e desapropriações, a prefeitura investe aproximadamente R$ 160 milhões.
A Via 710 terá, em sua totalidade, cinco quilômetros de extensão e começou a ser construída em setembro de 2014. De acordo com o Executivo municipal, a via visa à melhoria da mobilidade urbana e do planejamento de sistema de transportes da capital. O novo corredor deve facilitar também o deslocamento de quem trafega entre as regiões Leste e Nordeste e a Cidade Administrativa do governo do estado, operando como rota alternativa.
O sistema viário vai interligar bairros como São Geraldo, Boa Vista, Sagrada Família, Fernão Dias, Santa Inês, Cidade Nova, Palmares, Dom Joaquim, São Marcos, São Paulo e União, interligando as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado. Além disso, permitirá a criação de outro acesso a toda a Região Norte de Belo Horizonte.