Um ato de doação pela vida. É o que pede a Maternidade Odete Valadares (MOV), em Belo Horizonte, para abastecer seu Banco de Leite Humano e ajudar a alimentar bebês, especialmente os prematuros, com o melhor alimento para sua saúde. Ontem, a instituição organizou um evento em frente à maternidade para sensibilizar mães sobre a importância de doar leite materno. De acordo com uma das coordenadoras do serviço, Maria Hercília Castro Barbosa e Silva, havia apenas cinco litros do alimento no banco ontem, quando o ideal seria, no mínimo, oito a 10 litros por dia.
“Por mais que existam boas fórmulas nos dias atuais, nada se compara ao leite materno”, garantiu a técnica de enfermagem Camila Pedras, de 30 anos. Mãe do pequeno Paulo, que completa 2 meses no fim do mês, Camila destacou a importância de conscientizar as mulheres a doarem “a fórmula da vida”, mesmo que seja em pequena quantidade. “Foi muito importante falar sobre esse tema com outras mães e acho que devíamos fazer mais isso. A gente vê muitas crianças nascendo que precisam, às vezes, de só um pouquinho de leite e não têm. O leite materno salva vidas qualquer ajuda, com certeza, já contribui com o estoque da maternidade”, explicou a técnica.
Os índices de aleitamento como forma exclusiva de alimentação do bebê até os 6 meses de vida vêm crescendo no Brasil, mas ainda estão muito abaixo do que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Na década de 1980, esse número era de 7%. Hoje, com todas as campanhas realizadas, o índice passou para 41%. Dessa forma, nosso trabalho de estímulo ao aleitamento materno é diário”, reforçou Maria Hercília. Vale lembrar que, ao contrário do que muitas mulheres pensam, quanto mais leite as doadoras tiram, mais leite produzirão. “Muitas têm medo de o leite ‘secar’. Mas, é importante que elas saibam que isso não acontece”, tranquilizou a coordenadora do serviço.
COMO CONTRIBUIR Qualquer mulher com bom estado de saúde, que esteja amamentando e produza mais leite do que o necessário para o seu bebê pode se tornar uma doadora. “A mulher deve obedecer aos critérios de higienização na hora de retirar o leite a ser doado. É importante ressaltar que todo leite doado passa por rigorosos exames para evitar contaminação”, disse Maria Hercília. Em Minas Gerais, há 14 bancos de leite e 30 postos de coleta e, antes de alimentar outra criança, o alimento passa por um processo de pasteurização. “É possível doar sem sair de casa. Basta ligar e agendar uma visita dos nossos profissionais para que ensinem a realizar a coleta da forma adequada. Daí nossa equipe busca o leite semanalmente no domicílio da doadora”, explicou. Outras informações, de acordo com a doadora, podem ser solicitadas pelos números: (31) 3337-5678 ou (31) 3298-6008. *Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia