Risco de desabastecimento de água. Suspensão da coleta de lixo. Falta de materiais nos hospitais. Postos sem gasolina e álcool. Escolas, universidades e faculdades sem aula. Parques e zoológicos fechados. Esses são alguns dos serviços públicos prejudicados em Minas Gerais devido aos protestos de caminhoneiros contra a alta no preço dos combustíveis. Na lista que aumenta a cada dia, a mobilidade urbana também é atingida, e quem sofre é a população.
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Neste sábado, ônibus de BH funcionarão com horário de domingoBalanço da PRF aponta 63 locais em que caminhoneiros estão parados nas BRs de MGSLU pede que moradores não coloquem lixo nas ruas neste sábadoFalta de combustível deixa em alerta Samu do Centro-Oeste de MGÔnibus rodam com viagens reduzidas neste sábado em BH; aplicativos têm menos carrosSexto dia de protestos dos caminhoneiros tem mais de 60 bloqueios nas estradas mineirasAgenda cultural de BH tem cancelamento em série devido a protestos; veja listaColeta de lixo para em cidades mineiras e abastecimento de água preocupaSaúde já é afetada por protestos: 'tenho medo', diz paciente que faz tratamento em BHRevolta também por parte dos motoristas de vans do transporte escolar. Grupos fizeram carreatas com buzinaço e exibiram bandeiras contra o aumento dos combustíveis e dos impostos, complicando o tráfego no horário do almoço. Em uma das manifestações, a categoria passou pela Avenida Amazonas, pelo cruzamento com a Avenida do Contorno e, em seguida, pela Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de BH. Transportadores sustentam que a partir de segunda-feira se torna inviável colocar os veículos na rua, o que pode comprometer o funcionamento de mais escolas.
Motoristas sustentam que a paralisação das vans é inevitável. “Temos que protestar mesmo, ninguém aguenta mais esse governo. Segunda-feira já não tenho gasolina para rodar. Não temos condição de pagar o preço do combustível nos poucos postos disponíveis.
O Sindicato dos Transportadores de Escolares (Sintesc-MG) esclareceu que tem “conhecimento e classifica como plenamente legítima a ocorrência de manifestações autônomas de transportadores escolares descontentes com a alta dos combustíveis”. Hoje ocorre na sede do sindicato reunião com representantes, entidades e cooperativas de transporte escolar para definir o posicionamento ou medidas que serão adotadas em relação aos protestos contra o aumento do diesel. “Trabalhamos com a hipótese de organizar uma manifestação pacífica de apoio aos caminhoneiros, conjugada com a arrecadação de água e alimentos para a distribuição nos pontos de concentração nas rodovias”, destacou a entidade.
A educação superior também sofre com os protestos. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a PUC Minas entraram para a lista de instituições de ensino que mudaram sua rotina devido à paralisação dos caminhoneiros. As atividades acadêmicas e administrativas estão suspensas nas duas instituições desde ontem.
Em nota, a UFMG comunicou a suspensão: “A reitora Sandra Goulart Almeida afirma que a administração central continuará acompanhando os acontecimentos para outras deliberações sobre a manutenção das atividades”. A Pró-Reitoria de Recursos Humanos determinou o abono de eventuais ausências de servidores técnico-administrativos. A Assessoria de imprensa da PUC Minas informou que as atividades acadêmicas e administrativas foram suspensas ontem à noite, situação que deve se manter pelo menos até hoje. Na segunda-feira, a previsão inicial é de que os serviços sejam normalizados.
Bloqueio, fogo e furtos na BR-040
Na BR-040, na altura de Ribeirão das Neves, na Grande BH, atos de moradores terminaram com carcaças de carros incendiadas, bloqueios de trânsito, denúncias de assaltos a motoristas, intervenção da Polícia Militar e confusão.
A Tropa de Choque da PM tentou negociar com os manifestantes, sem sucesso. Logo em seguida, militares usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar a multidão. A corporação sustentou que os manifestantes não tinham ligação com os protestos dos caminhoneiros e informou que furtos foram registrados durante os atos. Sete pessoas foram detidas. Entretanto, de acordo com moradores das vizinhanças, que não quiseram ser identificados, o protesto aconteceu em apoio aos transportadores de carga.
Durante a manifestação, vídeos foram feitos pelos próprios moradores. Nas imagens, alguns manifestantes aparecem depredando ônibus e jogando pedras em viaturas da PM. “Não permitiremos distúrbios sociais e civis, não permitiremos balbúrdias nem aproveitadores que acabam entrando no direito de manifestação de outros”, informou o porta voz da PM, major Flávio Santiago.
*Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia.