A falta de combustíveis, consequência da greve dos caminhoneiros, aumentou ainda mais o sofrimento da família do mineiro Geovane Ferreira, de 36 anos, que morreu em Metheum, na região de Boston, nos Estados Unidos. Ele faleceu no último dia 19 e somente nesta terça-feira foi feito o traslado para o Brasil. Ele foi levado para Marilac, onde mora a família, no Leste do estado, após quatro dias de atraso.
Geovane morava nos Estados Unidos havia 14 anos, e trabalhava como pintor. Ele sofria de epilepsia e morreu durante uma crise enquanto dormia, na madrugada de 19 de maio. Parentes e amigos fizeram uma campanha pela Internet e conseguiram US$ 11,3 mil para arcar com as despesas do traslado do corpo pra o Brasil.
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Na tarde de segunda-feira, houve o embarque do corpo em um voo para Miami, de onde foi transferido para outra aeronave que chegou ao Aeroporto de Confins no final da manhã desta terça-feira. “A família do Geovane enfrentou uma verdadeira batalha por causa dessa bagunça provocada no Brasil. Foram quatro dias de atraso e sofrimento. Também sofremos juntos, tentando ajudar a família”, disse Thiago Prado. Ele disse que por causa da falta de combustíveis, enfrenta o mesmo problema para o traslado dos Estados Unidos para o Brasil do corpo de uma pessoa cuja família mora em Fortaleza (CE).
Às 17h30min, após os trâmites burocráticos, finalmente, o corpo de Geovane saiu do Aeroporto de Confins em um carro funerário.