Jornal Estado de Minas

EM percorre postos de combustível e revela situação difícil para motoristas em BH


A promessa de regularização da distribuição de combustíveis em Belo Horizonte ainda encontra bastante dificuldades. No décimo dia da paralisação nacional dos caminhoneiros, a reportagem do Estado de Minas percorreu 36 quilômetros de quatro corredores da cidade com concentração de postos e encontrou uma situação ainda bem difícil para os motoristas. A única coisa que não muda são as filas, seja em postos com gasolina ou fechados. Foram 28 postos percorridos nas avenidas do Contorno, Andradas, Silviano Brandão, Cristiano Machado, do Contorno novamente, e Via Expressa, sendo que há combustível apenas em 10. Os outros 18 seguem sem funcionar pela falta de etanol, gasolina e óleo diesel.

No primeiro trecho do trajeto partindo da Avenida Getúlio Vargas, o único posto da Contorno, que fica na esquina com a Rua Niquelina, no Santa Efigênia, está desabastecido. Mesmo assim a fila se estende pela Contorno. Já na Andradas, os três postos no sentido Sabará estão oferecendo combustíveis. A professora Edineia Cristina, 46 anos, aproveitou o cancelamento das aulas na rede municipal para correr atrás de gasolina.
“Cheguei 6h30 e preciso garantir o combustível para trabalhar quando as aulas voltarem”, diz ela que chegou à bomba por volta das 8h.  

A designer de interiores Karen Mialarete ficou só 40 minutos na fila - Foto: Jair Amaral/EM/DA Press

Na Silviano Brandão, os 3 postos estão fechados. Mesmo assim há filas e expectativa dos motoristas. Na Cristiano Machado, de 13 postos percorridos há gasolina em quatro. Um dos que têm combustível fica no sentido Aeroporto de Confins e está antes do Minas Shopping. Outro está logo à frente da Estação Primeiro de Maio do metrô, debaixo do pontilhão ferroviário. Outros nove postos na Cristiano Machado estão desabastecidos, mas mesmo assim têm filas. Em um deles, logo após a saída para a Região de Venda Nova, a fila foi desformada pela PM agora de manhã, pois a gasolina acabou às 6h.
Ruim para o representante comercial Ricardo Luiz de Araújo, 58 anos, que chegou às 3h30 da manhã para colocar R$ 100 no tanque da Kombi que está carregada de café para entregar na Serra do Cipó e Conceição do Mato Dentro. “Não tenho mais para onde ir. Agora é ficar aqui esperando. Pessoal do posto falou que agora só chega mais na semana que vem”, diz ele. 

O representante comercial Ricardo Luiz de Araújo chegou às 3h30 da manhã - Foto: Jair Amaral/EM/DA Press

Na Via Expressa uma situação curiosa confunde motoristas que aguardam para abastecer onde for possível. A fila para o Posto Quick, que fica no Padre Eustáquio, vem de dentro do bairro. Mas na porta do posto uma outra fila segue para o estabelecimento da frente, que está fechado. “Achei que era para esse aqui mesmo, muito complicado não saber o que está acontecendo. Agora é ver se consigo em qualquer lugar”, diz o autônomo Gilberto Ferreira, 38.
De mais sorte, a designer de interiores Karen Mialarete, 52, abasteceu no Posto Quick e ficou só 40 minutos na fila. “Eu entrei dentro do Padre Eustáquio e vim abastecer o carro da minha filha para ela trabalhar”, afirma. Na Via Expressa, o levantamento da reportagem encontrou três postos com gasolina (os trê no sentido Contagem no Coração Eucarístico e Padre Eustáquio) e quatro sem combustíveis.


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