Os servidores da segurança pública de Minas Gerais que fazem um protesto nesta quarta-feira em Belo Horizonte começaram a montar barracas nos jardins do Palácio da Liberdade, na Região Centro-Sul da capital. Segundo a categoria, a intenção é ocupar o local até serem recebidos pelo governador ou por autoridade que possa negociar as reivindicações. Eles pedem uma série de melhorias do Governo de Minas. Outros manifestantes que deixaram o acampamento avisaram que voltarão nesta quinta-feira para o protesto.
O grupo pede, entre outros motivos, a reposição das perdas salariais inflacionárias dos últimos quatro anos, o fim do parcelamento dos salários, e exigem o pagamento do salário no 5º dia útil. "Vamos ficar aqui o tempo necessário. Uma noite, duas, três... Não importa quanto tempo. O comando do trânsito veio conversar e avisamos que vai ficar parado. O governo não vai nos vencer pelo cansaço. Daqui a pouco chega a água e o sanduíche", anunciou o deputado Sargento Rodrigues (PTB).
Os manifestantes acusam desvios no Instituto de Previdência dos Servidores Militares de Minas Gerais e no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
Por volta das 15h10, foram para a porta do Palácio, onde começaram a gritar palavras de ordem. Em um determinado momento, o clima esquentou. O grupo começou a pedir a abertura do portão de entrada do local e chegou a forçar a barreira. Pouco tempo depois, as grades foram abertas.
O protesto reuniu diferentes corporações, como policiais militares da reserva, bombeiros militares, policiais civil, e agentes penitenciários. “O que me trouxe aqui hoje é essa mobilização do pessoal, que é muito importante. Acho que nós policiais militares, mesmo da reserva, temos que gritar pelo pessoal que está na ativa, já que eles estão praticamente presos por uma série de cláusulas no regulamento”, afirmou capitão Rogério, militar da reserva, de 51 anos.
“A principal pauta é a volta do pagamento dos policiais militares no quinto dia útil. O repasse que o estado tem fazer para a nossa previdência não está acontecendo. Isso é muito grave”, completou.
Segundo nota encaminhada pelo governo, Minas tem os melhores resultados nos últimos 7 anos na segurança pública, e que há uma tentativa de desestabilizar a área. Ele ainda se referiu à série de ataques que acontecem no estado desde o último domingo. "Trata-se de lamentável oportunismo político que ignora a crise herdada de gestões passadas e as limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)", apontou. Ainda de acordo com o chefe do Executivo estadual, um ex-policial seria o responsável por "insuflar uma claque" a invadir o prédio.