O sinal de alerta está ligado em Minas Gerais quanto às mortes pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocada pela influenza: apesar de o inverno – que concentra o maior número de casos – ainda não ter chegado, os 23 óbitos deste ano já se igualam a 46% do total de 2017, quando 50 pessoas perderam a vida em decorrência da gripe no estado. Os números foram detalhados no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) na tarde de ontem. O relatório, referente à 22ª semana epidemiológica, mais do que dobra o número de óbitos do penúltimo levantamento, divulgado no início da semana, no qual 11 mortes haviam sido registradas pelo governo estadual. Até aqui, foram 105 casos da síndrome provocados pelo vírus Influenza nos municípios mineiros. O vírus H3N2, que provocou epidemia de gripe nos Estados Unidos, foi responsável pelo maior número de casos e divide com infecções pelo Influenza A não subtipado o recorde de mortes.
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De acordo com a SES, até quarta-feira, 80,93% do público-alvo havia se vacinado.
Dos 105 casos de SRAG registrados até agora, 100 estão relacionados ao vírus Influenza A (95,2%) e outros cinco ao Influenza B (4,9%). Dos ligados ao vírus A, 49 infecções foram do subtipo H3N2 (46,6%); 16 pelo H1NI (15,2%); e 35 não subtipados (33,3%). Quanto às mortes, a maior parte ficou por conta do H3N2 (nove) e do não subtipado (nove) no período. Essas 18 pessoas representam 78,3% dos casos totais. Outras quatro mortes foram decorrentes de infecção pelo H1N1 (17,3%), enquanto uma pessoa morreu pelo Influenza B (4,4%).
Do total de pacientes que desenvolveram a SRAG devido à gripe registrados pela SES, 82,9% tinham algum fator de risco.
DISTRIBUIÇÃO Ligado a cerca de 40% das mortes em Minas Gerais, o H3N2 sazonal ligou o alerta da saúde também nos Estados Unidos. No começo do ano, durante o inverno no hemisfério norte, o subtipo causou a pior temporada de gripe nos Estados Unidos desde 2009 e atingiu 47 mil pessoas no país norte-americano. Segundo o boletim da SES, dos 49 casos de H3N2 que levaram à síndrome respiratória grave no estado, 19 foram registrados na capital mineira, outros quatro em Mariana, na Região Central, e três em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Também registraram mais de um caso Contagem, na região metropolitana, e Itabira, na Região Central, com dois cada uma.
Belo Horizonte lidera o número de mortes até aqui no estado, com quatro óbitos. O governo estadual mapeou também mais de um óbito em Betim, na Grande BH, Uberlândia, Cataguases, na Zona da Mata, e Leopoldina, também na Zona da Mata, onde já foram computadas três mortes pelo vírus Influenza A não subtipado. Além desses municípios, moradores não resistiram aos sintomas em Coronel Fabriciano (Vale do Aço), Diogo de Vasconcelos (Central), Paracatu (Noroeste), Paraguaçu (Sul), São João do Paraíso (Norte), Vespasiano (Grande BH), Ituiutaba (Triângulo), Ubá e Visconde do Rio Branco, ambas na Zona da Mata.
A infecção por Influenza pode causar sintomas que se confundem com outras doenças virais e bacterianas.
Nesta semana, a SES divulgou dois boletins epidemiológicos da gripe, por não conseguir atualizar todos os dados necessários para o informe semanal, rotineiramente publicado às terças-feiras. Isso ocorreu devido à paralisação dos caminhoneiros, que criou “dificuldades no abastecimento de swabs e tubos para coleta de exames laboratoriais de Influenza”. Pelo mesmo motivo, o número de óbitos pela síndrome respiratória aguda grave saltou de 11 para 23 na comparação entre os dois últimos relatórios disponibilizados pela pasta.
Febre amarela perde força
Ao mesmo tempo em que a gripe se torna a nova ameaça para a população mineira, a pior epidemia de febre amarela da história do país, da temporada 2017/2018, dá sinais de perder força ao fim de seu ciclo. Desde julho do ano passado, 170 pessoas morreram com a doença em Minas, segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, e outros 314 pacientes foram infectados, superando em mortes a temporada anterior (2016/2017), que contabilizou 475 casos e 162 óbitos. Outros 170 casos continuam sendo investigados, inclusive os de 11 pessoas com histórico de vacinação que mesmo assim foram infectadas. Uma comissão, com participação do Ministério da Saúde, levanta informações clínicas e epidemiológicas fundamentais para conclusão das apurações. Segundo a SES, essas situações são investigadas de maneira profunda, com exames laboratoriais complementares, o que leva mais tempo.
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