Jornal Estado de Minas

Prefeitura anuncia plano para tentar reverter crise financeira no Sofia Feldman

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), se reuniu, na manhã desta quarta-feira, com representantes do Conselho Municipal de Saúde, a diretoria do Hospital Sofia Feldman e movimentos sociais para uma conversa sobre a situação financeira do hospital, referência em gravidez de risco. O secretário municipal de Saúde também participou da reunião, que estabeleceu planos para enfrentar o risco de interrupção dos serviços prestados pelo Sofia.

No encontro, foi decidido que um novo Plano Operativo Anual (POA) será assinado, dentro de 30 dias, para que recursos adicionais sejam aportados no hospital. Dessa forma, o déficit mensal, que hoje é de R$ 1,5 milhão, diminuiria, conforme garantiu Jackson Machado Pinto, secretário municipal da Saúde. "A proposta nossa, como sempre foi, é a de prestar ao Sofia todo o auxílio que estiver ao nosso alcance", disse. Em março, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) recuou de sua proposta de assumir a gestão administrativa e financeira do hospital.

Segundo Jackson, a secretaria encaminhou à Comissão Intergestores Bipartite do Estado de Minas Gerais (CIB-MG) uma solicitação de aporte adicional de R$ 18 milhões ao ano pelo Ministério da Saúde ao Sofia Feldman, que depende agora de uma decisão da pasta. O hospital faz 1 mil partos por mês, aproximadamente, e atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A presidente do Conselho de Saúde do Sofia, Mônica Guimarães, destacou que a "abertura" com a PBH foi positiva. "Com o encaminhamento feito pelo CMSBH, conseguimos avançar na relação com o prefeito e, dessa forma, jogar luz à questão dos servidores, que estão sem receber integralmente há alguns meses", explicou Mônica. De acordo com ela, o Executivo se propôs a agilizar os processos e não comprometer o atendimento do Sofia.

“A reunião de hoje foi histórica e importante porque, se continuasse do jeito que estava, ia chegar em uma situação que o Sofia Feldman ia acabar fechando”, disse Bruno Pedralva, presidente Conselho Municipal de Saúde (CMSBH).
A autarquia reiterou que o pacto entre os representantes do Executivo e de movimentos ligados à saúde "é um avanço importante para o SUS de Belo Horizonte, principalmente para as mulheres e seus bebês, que utilizam todos os dias a maternidade", e que a assinatura do POA será essencial para a contratualização dos recursos e procedimentos do hospital.

* Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa
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