Jornal Estado de Minas

Ocupação Carolina Maria de Jesus deixa prédio na Afonso Pena

Após nove meses de negociação, cerca de 200 famílias de Belo Horizonte que vivem na Ocupação Carolina Maria de Jesus serão reassentadas na região do Barreiro. O grupo se instalou em setembro em um prédio da Avenida Afonso Pena, 2.300, no Centro-Sul da capital.

No acordo extrajudicial, as partes decidiram que as famílias vão se mudar para um terreno de aproximadamente 60 mil metros quadrados no Barreiro e parte de outro lote no Bairro Vila Santa Rita, na mesma região,  onde serão construídas unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.

Segundo o governo do estado, haverá apoio técnico a projetos ligados ao Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), principal representante das famílias nas negociações. Já a Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab Minas) se comprometeu a auxiliar na transferência das famílias, fornecendo caminhões para mudança e caçambas para acomodação de objetos. 

“Com essa batalha vencida, seguimos na luta para que o município se mobilize na construção de uma política habitacional voltada para a garantia dos direitos do povo sem teto dessa cidade”, afirmou o advogado do MLB, Thales Viote, em uma rede social. De acordo com ele, a Ocupação Maria de Jesus é “um importante processo na luta pela reforma urbana no país”.  

Também participante das negociações, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais classificou o pacto como “histórico”. O processo de reintegração de posse foi acompanhado pelo coordenador da Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais (DPDH), Aylton Rodrigues Magalhães.

O prédio pertence à Fundação Sistel de Seguridade Social (Sistel), fundo de previdência da Telebrás. A desocupação da estrutura começou no último fim de semana e o cadastramento das pessoas com direitos aos terrenos será feito pelo MLB, acompanhado pela Cohab Minas. 

As articulações somaram esforços do governo de Minas, Defensoria Pública, prefeitura, Polícia Militar, Ministério Público e movimentos sociais. 
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