À espera do ônibus, é inevitável: logo, o smartphone está na mão. Dentro do coletivo, do táxi ou nas viagens por aplicativo, é hora de conferir mensagens, ver filmes, vídeos, assistir a séries ou mesmo ver o jogo da Copa. Motoristas em carros param no sinal e já pegam o aparelho. O hábito que já se tornou praticamente automatizado entre brasileiros não vem passando despercebido aos olhares de criminosos. Tanto que o furto de celulares vem aumentando a cada ano em Belo Horizonte. Somente entre janeiro e março último, a média foi de 55,8 ocorrências desse tipo por dia, 27% a mais que no mesmo período do ano passado. Os roubos – casos em que o bem é retirado com uso de violência – tiveram queda no primeiro trimestre (veja gráficos), mas mesmo assim a média não é muito diferente: foram 55,3 casos diários no período. A temporada de festas juninas, quando há grande aglomeração de pessoas, e eventos com transmissão de jogos do Mundial da Rússia criam o ambiente ideal para que esses números se mantenham em alta.
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Militares fazem operação em shopping popular e apreendem celulares roubados na Grande BHPresa mulher que se passava por policial para conseguir senhas de celulares roubadosLadrões de celulares são presos em camarote de rodeio na Grande BHCelulares roubados poderão ser bloqueados com pedido na políciaAção da PM acaba com apreensão de mais de 150 celulares em shopping popular de BHProcon orienta consumidor a não adquirir seguro de celularTrânsito na BR-381 será interditado hoje para passagem de cargas excedentesApesar de o número de roubos de aparelhos estar em queda, na capital e no estado como um todo, o conjunto de crimes ainda é alto. Sempre considerando o período janeiro/março, neste ano foram 4.977 casos, menos que os 6.663 de 2017. Em Minas ocorreram 12.921 roubos no período, contra 17.886 na mesma época do ano passado.
E essa é a modalidade que mais traumatiza vítimas, como a educadora Jennifer Miranda da Silva, de 26 anos. Ela estava em um ônibus na Avenida Antônio Carlos, que liga o Centro à Região da Pampulha, em Belo Horizonte, quando foi assaltada. “O coletivo parou na plataforma e entraram uns seis homens. Eu estava com o celular nas mãos, terminei de mexer e guardei na bolsa. Eles começaram a olhar todo mundo, depois anunciaram o assalto”, disse.
Segundo ela, os passageiros foram vítimas de um arrastão. Os criminosos foram tão ousados que até escolheram quais aparelhos levariam.
RISCO NA ESCOLA Pessoas que roubam e furtam celulares normalmente se valem da distração e da vulnerabilidade das vítimas em potencial, que facilitam o “trabalho” dos criminosos. Por isso, é preciso atenção, principalmente em locais com grande aglomeração de pessoas. “Portas de escolas são um dos pontos vulneráveis, pois é onde os estudantes, até por serem menores, são visados.
Combate aos receptadores
Uma das formas de impedir o aumento dos roubos e furtos de celulares é o cerco aos receptadores, alvos frequentes de operações das polícias Civil e Militar. “O ladrão, o autor do furto ou do roubo, normalmente não subtrai para uso próprio, mas para revenda. Existe o executor imediato e os mentores intelectuais, os cabeças, que recebem o material e são responsável pelo reingresso no mercado. São os receptadores que incentivam esse movimento”, afirma o delegado José Quintão.
Na última semana, a Polícia Civil prendeu uma mulher apontada como integrante de uma quadrilha especializadas em roubo, furto e receptação de celulares. Embora a acusada negue os crimes, as investigações mostram que ela se passava por delegada para conseguir, em contato com as vítimas, senhas dos aparelhos subtraídos. “A Polícia Civil reitera que não é incomum pessoas que furtam ou roubam aparelhos conseguirem contatos das vítimas. Elas ligam passando-se por policiais, pedindo dados pessoais e senha para desbloqueio. Por isso, as pessoas de forma alguma devem fornecer essas informações para quem quer que seja”, alertou o delegado..