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Estado de Minas

Com salários atrasados, professores da rede estadual protestam em BH

Categoria denuncia que está sendo "discriminada" pelo governo do estado em relação ao pagamento dos vencimentos


postado em 19/06/2018 12:43 / atualizado em 19/06/2018 13:14

Categoria está no interior da praça e promete continuar com atividades suspensas até os salários serem quitados(foto: Gladyston Rodrigues/ EM/ D.A Press)
Categoria está no interior da praça e promete continuar com atividades suspensas até os salários serem quitados (foto: Gladyston Rodrigues/ EM/ D.A Press)

Os servidores da educação aproveitaram a presença do governador Fernando Pimentel (PT) na manhã desta terça-feira (19) no Palácio da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para fazer ato em frente à sede do governo mineiro. Cerca de 500 deles, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), cobravam os salários atrasados e pediram o fim do  parcelamento. "Sem salário, sem trabalhar", gritavam no carro de som. De lá, eles seguiram em passeata em direção à Praça Sete, no Centro da capital.

Do lado de dentro do Palácio, autoridades aguardavam a presença do governador, que autorizou a concessão da BR-135 hoje. Do local, que tem varanda para a praça, era possível ouvir professores e sindicalistas se revezando no carro de som. "Se não pagam o salário, temos que parar. Vamos varrer o estado com manifestações", diziam.

O diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Paulo Henrique Fonseca, disse que seria bom se Pimentel recebesse o sindicato, mas o objetivo principal era denunciar à população as condições oferecidas para a educação de Minas.
 
"Viemos mais uma vez denunciar os atrasos e o parcelamento de salários. Fomos surpreendidos este mês com um reparcelamento da primeira parcela e o atraso maior dos pagamentos da educação em relação aàs outras categorias", disse. No carro de som, os dirigentes sindicais gritavam "Pimentel, cadê você, eu vim aqui pra receber".

A categoria promete permanecer com as atividades paralisadas até o pagamento da primeira parcela do salário de junho. O depósito foi anunciado pelo governo para o último dia 13. Contudo, o Executivo estadual informou que, devido a greve dos caminhoneiros, a arrecadação de Minas diminuiu cerca de R$ 340 milhões nos 11 primeiros dias do ano. Por isso, não havia recursos para o pagamento dos professores e demais servidores. 

Professores estão em frente ao Palácio da Liberdade e aguardam um posicionamento do governo (foto: Gladyston Rodrigues/ EM/ D.A Press)
Professores estão em frente ao Palácio da Liberdade e aguardam um posicionamento do governo (foto: Gladyston Rodrigues/ EM/ D.A Press)


O sindicato também denuncia que o governo está discriminando a educação para fazer o pagamento dos salários. Isso se deve ao anúncio do Executivo, na última sexta-feira, de que parcelaria também os salários dos servidores que recebem até R$ 3 mil. A medida só era realizada para salários acima desse valor. 

"A discriminação da educação na política de pagamento que o Governo do Estado está praticando é inaceitável", diz trecho de nota do sindicato. 
 
A reportagem entrou em contato com o Governo de Minas Gerais, por meio das Secretarias de Educação e Fazenda, mas apenas a pasta da educação respondeu à demanda.
 
Segundo a SEE-MG, o Sind-UTE notificou a secretaria sobre a paralisação e que tem acompanhado a movimentação no estado. Balanço feito ontem pela pasta aponta para 847 escolas paralisadas em um total de 3.461 instituições. 
 
"A SEE encaminhou para as escolas um ofício com orientação geral sobre a reposição de aulas dos dias letivos perdidos durante as paralisações e greve dos servidores da Educação e também da suspensão das atividades em 4 dias letivos em função da greve dos caminhoneiros", diz trecho de nota enviada ao em.com.br. 

Cada escola deverá elaborar um calendário de reposição dos dias letivos perdidos, conforme a adesão de cada unidade ao movimento. As datas passarão por aprovação do colegiado escolar e da Superintendência Regional de Ensino (SRE). 
 
A Secretaria de Estado e Fazenda, no entanto, ainda não se posicionou sobre os atrasos.  

*Estagiário sob supervisão da subeditora Regina Werneck 


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