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Estado de Minas

Metade das capivaras que vivem na Lagoa da Pampulha foram esterilizadas, diz PBH

Os serviços tiveram início em novembro do ano passado. Aproximadamente 30 animais passaram pelo procedimento cirúrgico, segundo a administração municipal. Roedores servem de hospedeiros para o carrapato estrela, transmissor da febre maculosa


postado em 21/06/2018 14:58 / atualizado em 30/10/2018 07:46

Os animais passam pelos procedimentos no Parque Ecológico da Pampulha(foto: Prefeitura de Belo Horizonte / Divulgação)
Os animais passam pelos procedimentos no Parque Ecológico da Pampulha (foto: Prefeitura de Belo Horizonte / Divulgação)

Depois de sete meses do início dos trabalhos, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) conseguiu realizar o manejo de 50% das capivaras que vivem no entorno da Lagoa da Pampulha. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Os serviços tiveram início em novembro do ano passado. A expectativa da administração municipal é intensificar os trabalhos e terminar a esterilização dos animais em outubro. A ação é importante para  evitar o contágio da febre maculosa – doença transmitida pelo carrapato-estrela, que tem na capivara um dos hospedeiros.

De acordo com a PBH, aproximadamente 30 animais já foram capturados. Elas foram atraídas por alimentos, chamados de iscas, como o milho. Em seguida, levadas para uma área de contenção no Parque Ecológico da Pampulha.  No parque, os roedores são sedados, anestesiados e levados para um bloco cirúrgico dentro das dependências da unidade de conservação.

As capivaras passaram por um procedimento cirúrgico para a esterilização (ligadura de trompas nas fêmeas e vasectomia nos machos). Depois, receberam a aplicação de carrapaticida no corpo e receberam um microchip, que foi inserido sob a pele. No pós-operatório, recebem medicação para dor e antibióticos. Recuperadas, retornam para a orla da lagoa.

A estimativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente é que existam entre 65 a 70 capivaras no entorno da Lagoa da Pampulha. O número pode variar, pois pode haver animais que estão esperando filhotes. A expectativa é terminar o trabalho até outubro deste ano. “Com a chegada do período de seca e a escassez de alimentos no entorno da orla da Lagoa, a tendência é que os trabalhos ganhem ainda mais agilidade a partir de agora. A previsão é que todas as capivaras estejam esterilizadas até outubro de 2018, prazo final do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público”, explicou a administração municipal por meio de nota.

A estimativa é que aproximadamente 70 capivaras vivem na Lagoa da Pampulha(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
A estimativa é que aproximadamente 70 capivaras vivem na Lagoa da Pampulha (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


Febre maculosa


O trabalho de manejo das capivaras é importante para a proteção contra a febre maculosa. Os animais servem de hospedeiros para o carrapato-estrela, transmissor da doença. Neste ano, já foram registrados sete casos da moléstia, sendo que dois pacientes morreram. Em 2017, foram 34 confirmações, e 18 óbitos.

O período seco, compreendido entre junho e novembro, é quando acontece o maior número de casos da enfermidade. Por causa disso, alguns cuidados devem ser tomados pelos moradores. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), os moradores devem fazer inspeções no corpo em intervalos curtos de tempo, quando estiver em áreas favoráveis a presença de carrapatos. A medida é importante, pois quanto antes os carrapatos sejam identificados e retirados do corpo, menor a chance da transmissão da febre maculosa.

Os sintomas comuns da doença são febre, dor de cabeça, dores musculares, mal-estar, náuseas e vômitos. Em alguns casos, pode ocorrer uma erupção cutânea, frequentemente com pele escurecida ou incrustada no local da picada do carrapato.


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