As negociações e pagamentos de indenizações para as vítimas do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, Região Central de Minas, vão demorar mais. A Fundação Renova e o Comitê Interfederativo (CIF) informaram nesta semana que haverá uma prorrogação do cronograma dos cadastrados das campanhas 1 e 2, que estava previsto para terminar na próxima sexta-feira, 29 de junho.
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Prefeito de Mariana denuncia abandono de mina da Samarco pela ValeValores divergentes: EM tem acesso a planilha de indenizações de vítimas da tragédia de MarianaRenova pede aval para reassentamento de novo Bento RodriguesQuase três anos após desastre, atingidos poderão participar das decisões da RenovaBHP vai disponibilizar US$ 221 milhões a Samarco e Fundação RenovaA Renova alega que três fatores impactam o cronograma principalmente: “A ampla extensão territorial e a diversidade de situações, bem como um grande volume de pessoas e danos, trazendo desafios ao processo de indenização; Necessidade de ouvir e construir coletivamente as políticas de indenização, o que demanda maior tempo para a efetivação de um processo mais justo. A falta de participação social poderia levar à exclusão de pessoas que, de fato, foram atingidas; A busca por soluções inéditas para indenizar perdas em situações informais, exigindo a criação de outros critérios e alongando o processo de indenização”, diz o texto.
A entidade diz que está empenhada para estabelecer um novo cronograma e “concluir as indenizações no menor prazo possível”, com acompanhamento das diretrizes do CIF e da Câmara Técnica de Organização Social (CTOS). “Até a data de 15 de junho de 2018 foram realizados 5.256 pagamentos a 17.961 atingidos cadastrados nas campanhas 1 e 2”, informa a Fundação Renova.
A Barragem do Fundão se rompeu em 5 de novembro de 2015, lançando mais de 35 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro na Bacia do Rio Doce e no Oceano Atlântico. Morreram 19 pessoas, sendo que um dos corpos nunca foi encontrado. A maior tragédia socioambiental do Brasil deixou cerca de 500 pessoas sem moradia e pode dar direitos a indenização a cerca de 500 mil por perda de meios trabalho, interrupção de fornecimento de água e danos morais.
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