O jogo entre Brasil e Costa Rica, marcado para às 9h da manhã, dividiu a população de Belo Horizonte. Enquanto muita gente conseguiu folga do trabalho ou da escola, uma parcela significativa dos moradores da cidade parou apenas para o jogo e voltou às atividades normais ou então manteve os compromissos, sem brecha para acompanhar a partida. O fato é que, com a vitória dramática do Brasil no fim do jogo, o alívio de muitos se transformou em folga na parte da tarde, emendando a liberação que inicialmente valia apenas para o turno da manhã. Nas ruas, o clima foi de feriado, com ônibus vazios e o movimento das ruas concentrado nos bares lotados para acompanhar o jogo.
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Centro de BH também teve torcida contra ou indiferente à Seleção Jogo Brasil x Costa Rica para fábrica de alpargatas em Montes Claros; veja vídeoCentro de BH muda rotina para ver vitória sofrida do BrasilBelo-horizontino troca café da manhã por cerveja para ver o Brasil na Copa 2018Sexta feira amanheceu com cara de feriadoAs amigas Fernanda Ribeiro, 32, e Aline Silva, 34, também comemoraram a extensão do tempo de farra. “Hoje é sem chance, vamos continuar festejando até o fim do dia”, diz Fernanda, que é advogada.
Se a maior parte da população consegue liberação nos trabalhos e nas escolas para ver os jogos do Brasil, para uma parcela de trabalhadores até mesmo ver o jogo fica complicado em virtude da característica da profissão. Entre os policiais militares que estavam de prontidão na região da Savassi, o major Orleans Antônio Dutra, comandante da 4ª Companhia do 1º Batalhão, pontuou a necessidade do policiamento o tempo todo. “Temos que ficar sempre de olho o tempo todo para garantir a segurança do evento”, afirma o policial. Outros dois fiscais da Prefeitura de BH, que não quiseram se identificar, chegaram na Savassi às 7h e não puderam assistir ao jogo. “Existem algumas regras no evento que precisam ser cumpridas e somos nós que fazemos a fiscalização, então temos que ficar ligados, não tem como ver o jogo”, afirma um deles.
Até houve uma tentativa de estender a transmissão da partida para o maior número de pessoas com o jogo disponível em 14 pontos de ônibus da Região Centro-Sul e também em uma banca de revistas, esquema viabilizado por uma marca de cerveja. Mas não houve muita adesão nas ruas, já que durante o jogo a cidade ficou praticamente deserta, com a concentração nos bares de BH. A faxineira Maria dos Passos de Assis, 58, pegou serviço na Savassi às 7h, concluiu sua demanda, e às 10h seguia para outro trabalho, no Centro. Mesmo com a televisão passando o jogo no ponto em que ela aguardava o coletivo na Avenida Getúlio Vargas, não houve nenhum interesse em ver Neymar e companhia. “Eu estou preocupada com o Brasil e não com a seleção brasileira. Esse pessoal já ganha muito dinheiro enquanto nós estamos aqui sofrendo. Minha vida segue normal”, afirma.
Apesar de a maioria dos coletivos ter rodado vazia para uma sexta-feira, especialmente no horário de pico da manhã, também houve exemplos de ônibus lotados por conta da diminuição da oferta. Segundo informações de passageiros da linha 638 (Estação Vilarinho/Minascaixa), apenas dois coletivos foram colocados para rodar por volta das 6h, o que deixou um desses coletivos abarrotado. .