Pelo menos quatro crianças mineiras estão entre os 49 brasileiros separados dos pais imigrantes pelas autoridades de fronteira dos Estados Unidos. Elas são de Cuparaque, cidade de cerca de 5 mil habitantes a 480 quilômetros de Belo Horizonte, na divisa com o Espírito Santo. O município do Vale do Rio Doce, um dos pontos de imigração na região para os Estados Unidos, vive um drama com a situação.
Diante da repercussão negativa da separação das crianças, que levou até mesmo a primeira-dama, Melania Trump, a se pronunciar publicamente contra a decisão do próprio marido, o presidente voltou atrás e assinou uma ordem executiva para acabar com sua política de separação de famílias que entraram de forma clandestina pela fronteira. O problema é que essas crianças continuam separadas em centros de detenção ou lares de acolhida, às vezes, a mais de 3 mil quilômetros de onde estão mãe, pai ou responsáveis. Os pais, detidos para serem processados criminalmente, muitas vezes não têm ideia de onde estão seus filhos e, em alguns casos, já foram deportados sem eles, segundo informações locais.
O Itamaraty informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o número de crianças brasileiras detidas foi atualizado na sexta-feira e que não divulga de quais estados elas são. Os consulados de Los Angeles e Houston visitaram abrigos em suas jurisdições. Uma mãe concedeu uma procuração para que um parente que mora nos Estados Unidos tenha a guarda de seus três filhos, detidos em Tucson, no estado do Arizona. A expectativa era de que eles fossem liberados até hoje. O Itamaraty não confirmou se se tratam dos mineiros de Cuparaque. O Ministério das Relações Exteriores disse apenas que vê com otimismo o resultado e considera que a decisão mostra flexibilidade das autoridades locais. Acrescentou que continua acompanhando de perto a questão.