Policial Civil, Federal, rodoviário federal e fiel de igreja. Esses são alguns dos personagens reproduzidos por um homem de 62 anos para atrair vítimas e aplicar golpes. A equipe de inteligência conseguiu prender o suspeito nesta terça-feira em Belo Horizonte. Ele prometia a venda de vistos e carros, que supostamente estariam em leilão, e pedia depósitos em dinheiro aos interessados. Ao menos 11 pessoas caíram nos golpes, sendo o prejuízo estimado em R$ 100 mil.
Militares da área de inteligência da PM aguardaram a ação do homem que abordou uma suposta vítimas. Mas, acabou preso em flagrante na manhã desta terça-feira. Segundo um policial que participou da prisão e preferiu o anonimato, o estelionatário agia de diferentes formas. Ele abordava pessoas nas ruas, comércios e até mesmo em igrejas.
“Ele vendia muitas coisas, como vistos para os EUA e veículos. Ele falava que os carros estariam em leilão e os vendia com preços muito abaixo do convencional. Mas, os carros ele mesmo alugava em locadoras ou até mesmo tirava fotos de automóveis que estava na rua”, explicou o militar. “Tem algumas abordagens, que identificamos, que foram feitas em igrejas, como se ele fosse um fiel. As vítimas também alegam que ele se passava por policial federal para algumas pessoas, policial rodoviário federal e policial civil”, completou.
Já foram identificadas 11 vítimas do criminoso. “Encontramos diferentes depósitos na conta dele. Até mesmo de R$ 30 mil. O montante total é de aproximadamente R$ 100 mil”, informou o militar. O homem e as pessoas que caíram no golpe foram levadas para o 22º Batalhão da PM e depois seguirão para a delegacia.
Segundo a PM, em conversa com os militares, o homem admitiu os golpes. Com o dinheiro ganho, informou que chegou a comprar uma lavadoura de roupa e um fogão. “Acreditamos que com a divulgação da imagem dele, mais vítimas vão aparecer”, finalizou o militar.
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, acabou caindo no golpe em janeiro deste ano. “Um amigo meu que me apresentou, mas ele não sabia que se tratava de um estelionatário. Fui até uma lanchonete e conversei com o homem. Ele disse que tinha um carro, que era policial e que pegava o veículo no leilão. Então, pediu um valor para tirar a documentação. Transferi R$ 3 mil. Ele me prometeu um HB20”, disse. “Quando tentava ligar para ele, sempre dizia que estava em cidades aqui da Grande BH. O clima que fica é de revolta”, completou.