O dia internacional da visibilidade de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais, comemorado nesta quinta-feira, terá um momento ousado e inusitado em Belo Horizonte. O Mineirão será palco de duas celebrações homoafetivas e uma transafetiva. O momento marcante na vida dos três casais e os convidados será na tarde de amanhã, no gramado do estádio.
Segundo os organizadores, a iniciativa é “especial” e serve para marcar a data, comemorada em todo o mundo. “O Mineirão preparou uma ação especial para celebrar o dia internacional do orgulho LGBT. A ideia é que na data, 28 de junho de 2018, seja realizado no estádio um casamento ou celebração de união estável que contemple a diversidade para dois casais homoafetivos e um transafetivo”.
A ação previa a participação de seis casais, mas apenas a metade conseguiu providenciar a documentação a tempo. A cerimônia será com um casal de homens, um de mulheres e um formado por um homem trans e uma mulher cis. Um dos casais que não conseguiu se viabilizar é formado por uma mulher trans e um homem cis, mas como ele é detento, o presídio não conseguiu a papelada para a liberação para amanhã.
Além dos administradores do Mineirão, a iniciativa teve o apoio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (SEDPAC), órgãos como a Defensoria Pública e OAB Minas Gerais, além da In Par cerimonial, especializada em casamentos homoafetivos, que fez a produção do evento.
Estádio como palco da diversidade
No ano passado, na mesma data, o estádio foi iluminado com as cores do arco-íris, usadas para simbolizar o movimento LGBTI+. Foi a primeira vez que um estádio de futebol no Brasil apoiou uma ação em homenagem e respeito à diversidade de gênero e à cidadania.
No início do mês, pela primeira vez no Brasil um time LGBTI jogou uma partida no estádio que sediou jogos da Copa do Mundo de 2014. O Bharbixas, time gay da capital, ocupou o gramado do gigante da Pampulha e festejou seu aniversário de um ano.
A violência contra pessoas LGBTI vem crescendo a cada ano no país, segundo levantamento, do Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga associação de defesa dos homossexuais e transexuais do Brasil. Do ranking dos estados, Minas Gerais ocupa a quinta posição em número de mortes. A lista é liderada por São Paulo.