Foi sem dúvida um dia de aula diferente. Em vez do quadro, olhos vidrados no telão. No lugar da atenção na professora, ouvidos ligados no jogo. Nesa quarta-feira, no jogo do Brasil contra a Sérvia, muitas escolas de Belo Horizonte se transformaram em miniestádios em que valia tudo: de se vestir de verde e amarelo até fazer muito barulho.
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Antes da partida, os estudantes receberam os jogadores Fábio, Henrique, Leo e Rafael, do Cruzeiro, para uma palestra do projeto “Educando na Copa”, em que os atletas vão às escolas falar sobre valores e princípios.
Uniforme diferente
Aos gritos de “Vai, Brasil”, a empolgação dos alunos ecoou pelos corredores do Colégio Sagrado Coração de Maria, na Região Centro-Sul. No auditório, os pequenos torcedores se aglomeravam em frente ao telão. Dispensados do uniforme, vestiram verde e amarelo e não pouparam a voz, muitos deles assistindo pela primeira vez ao Mundial.
A torcida na escola teve direito a pipoca e euforia. Tanta que os pequenos mal conseguiam ficar sentados. Vestindo a camisa 10, Heitor, de 9, do 4º ano do ensino fundamental, estava empolgado para ver Neymar. Ele diz que não se lembra da Copa de 2014, mas está animado com a expectativa do hexa.
Com toda inocência de criança, muitas exaltavam uma vitória certeira para o Brasil. "Eu quero que ganhe de 300 mil a zero", declarou Laura Drumond, de 7 anos. Antes do fim do jogo, as crianças apostavam que o Brasil não iria tomar nenhum gol. Samuel Oliveira, de 7 anos, apostou que a partida ficaria em 2 a 0. Acertou.
Com olhos de quem entende do assunto, Carolina, de 9, não está acreditando muito no título. Ainda assim, ela e as amigas Lívia e Maria Eduarda, de 8, vibraram quando Thiago Silva fez o segundo do Brasil. Além de assistir às partidas, as três jogam futebol na escola. Carolina cogita até ser profissional: “Meu sonho é ser igual à Marta”.
“É muito melhor assistir ao jogo aqui do que faltar de aula para ver em casa”, disse Rafael Santos, de 10, do 5º ano do ensino fundamental. Apesar da pouca idade, o estudante conta que ainda não superou a derrota brasileira em 2014. “Quero esquecer isso”, declara, dizendo-se empolgado para acompanhar o desempenho da Seleção desta vez. Pelo menos, a Alemanha, eliminada, não está mais no caminho.
* Sob supervisão do editor Roney Garcia
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