De um lado, nova ameaça de retirada de ônibus em caso de incêndios a coletivos em Belo Horizonte. Essa é a promessa dos empresários para evitar que as frotas sejam atacadas, já que os coletivos queimados de forma criminosa não serão substituídos na cidade. De outro, um pedido das autoridades para que a população denuncie criminosos e ajude as forças de segurança a evitar ataques, já que mesmo com 68 prisões de incendiários desde janeiro de 2016 em BH, 58 deles voltaram às ruas e os crimes não cessam. Esse é o resultado de uma reunião com a participação do prefeito Alexandre Kalil (PHS) e do governador Fernando Pimentel (PT) para tentar articular ações de segurança que possam evitar os ataques, que tiveram os dois últimos casos na terça-feira, na Região de Venda Nova. São 14 ocorrências de janeiro até ontem na cidade, seis a menos do que as 20 do mesmo período do ano passado. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra/BH), Joel Paschoalin, foi direto e disse que os ônibus serão removidos se as empresas entenderem que há risco, como ocorreu na noite de terça-feira, após os dois ataques, argumento que foi aceito pelo prefeito Alexandre Kalil. As estações Pampulha, Vilarinho e Venda Nova tiveram falta de ônibus, deixando a população na mão.
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FILTRO A convocação da comunidade para denunciar os casos ganha mais corpo com uma das ações definidas pelas autoridades para tentar frear o problema.
A fala do comandante-geral vai ao encontro das averiguações da PM nos dois últimos casos de ataques em BH.
MAIS UM CASO À noite, ainda na terça-feira, por volta das 20h, outro coletivo foi alvo de ataque. Segundo a PM, o motorista da linha 615 (Estação Pampulha/Céu Azul B) disse que seguia pela Rua Radialista Mário Batista, no Bairro Céu Azul, quando um homem deu sinal para embarcar. Em seguida, pessoas usando toucas ninja e camisas na cabeça se aproximaram do coletivo e mandaram todos descerem, dizendo que colocariam fogo no veículo. Eles espalharam um líquido inflamável na parte de trás do ônibus e começaram o incêndio. Depois, fugiram para o Aglomerado Mãe dos Pobres. Conforme a PM, o motorista usou um extintor para apagar as chamas. Um morador usou uma mangueira para ajudar.
Antes do segundo ataque, o tenente-coronel Valmir Fagundes informou que a PM teve notícia de que outro ônibus seria alvo de incendiários e a PM agiu para evitar o crime. “Prendemos um suspeito em uma moto, sem habilitação e com um galão para transporte de combustível. Ele tem passagens por tráfico de drogas e tentativa de homicídio. É conhecido pela participação no tráfico na região”, diz o tenente-coronel. Logo depois, em continuidade das ações para fechar o cerco ao crime, os militares apreenderam na Vila Mãe dos Pobres quatro armas de fogo. Já na tarde de ontem, nova apreensão na mesma vila: 50 quilos de maconha na casa de Ednaldo dos Santos de Oliveira, vulgo Dedé, chefe do tráfico local. Em outro imóvel pertencente ao mesmo suspeito, a PM apreendeu uma pistola 765, mesmo calibre usado para efetuar disparos em um dos ônibus incendiado ontem. Ele foi preso e conduzido para a Central de Flagrantes da Polícia Civil.
MANDANTE Dedé é apontado como o mandante da queima de dois ônibus na região de Venda Nova.