O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje uma pesquisa inédita sobre população vivendo em situação de risco de desastre no Brasil. Em Minas Gerais, dados comprovam um cenário de preocupação: o estado tem 1.377.577 habitantes vulneráveis, o segundo maior no país, em 139 municípios monitorados. O número é inferior somente ao do estado de São Paulo, com 1.521.386 pessoas em áreas de riscos.
As maiores limitações se constatam no município de Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde 179.314 pessoas (60,5% da população total) estão ameaçadas. O alerta também está ligado em Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde 128.946 cidadãos (25% da população) vive fora das condições ideais.
Em número bruto de habitantes expostos, Belo Horizonte está em quarto lugar entre os municípios brasileiros, atrás de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Na capital, 389.218 habitantes em áreas de risco (16,4% da população total).
Os números foram obtidos por meio de um cruzamento de dados do mapeamento de áreas de risco, realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), e do Censo Demográfico 2010 do próprio IBGE.
Dessa maneira, se criou o conceito de Base Territorial Estatística de Áreas de Risco (BATER). Trata-se de um conjunto de recortes espaciais – definidos especificamente para permitir a associação dos dados demográficos do Censo 2010 às áreas de risco existentes no banco de dados do CEMADEN.
Para determinar o que é ou não área de risco, o IBGE considerou locais onde fenômenos naturais, como chuvas, são capazes de provocar condições adversas. Entre elas, estão, por exemplo, enchentes e desabamento de imóveis.
No Brasil, a pesquisa mapeou 27.660 áreas de risco em 872 municípios monitorados. Neste contingente, se detectou 8.270.127 habitantes em perigo. A maior atenção fica por conta da Região Sudeste, onde 4.266.301 pessoas estão desamparadas nas 308 cidades estudadas.