As homenagens que políticos e urbanistas belo-horizontinos fizeram aos mexicanos não comoveram brasileiros nem incentivaram os latino-americanos da América do Norte a se mudarem para o Bairro Jardim Leblon, em Venda Nova, onde a Rua México se estende por 1.300 metros. Lá, como em várias periferias nacionais, torcedores do Brasil se preparam para torcer hoje pela Seleção Brasileira contra o México. Na esquina com a Rua Coronel Antônio Lopes Coelho, a união comunitária funcionou em favor do futebol. Ao mesmo tempo em que a comerciante Luciana Gonçalves vende bebidas na sua distribuidora, em frente Amanuela de Souza, de 35 anos, assa espetinhos de boi, porco e frango. Servem às cerca de 40 torcedores do Brasil que tomam as calçadas em dias de jogos da Copa.
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Os espetinhos de Amanuela têm um segredo que faz os fregueses sempre pedirem mais. “É o meu molho de alho caseiro. Depois de assar a carne, as pessoas passam o espeto na farofa e capricham no molho.
Picolé despacha paleta mexicana
A Rua México não guarda mesmo quase nenhuma semelhança com o país que a denomina. Se na nação latino-americana o calor pede as tradicionais paletas, na rua de BH quem faz sucesso é o picolé “Quero %2b”, que tem sede na via e chega a concentrar cerca de 80 carrinhos para distribuir o sorvete pela região.
Se no México a fé pela Virgem de Guadalupe se destaca nos principais bairros e arrebanha fiéis para a padroeira do país, na rua de BH a fé é protestante, voltada a quatro templos de igrejas dessas religiões. No campo de futebol do time local, o Oriente, futebol mesmo é raro. As crianças preferem empinar pipas e muitos soltam seus cavalos de carga para pastar aquilo que ainda sobrou de gramado alto à volta da poeira vermelha. “Joguei muita bola aqui quando era criança”, afirma o torneiro mecânico Guilherme Jacinto da Silva, de 60, que hoje prefere assistir aos jogos em casa e frequentar apenas a igreja Adventista que fica perto da várzea. “As pessoas aqui são bem tranquilas, uma vizinhança que assiste aos jogos mais em casa. Mudei para cá aos 16 anos e nunca vi um mexicano aqui. No bairro, as ruas ganharam nomes de vários países, mas nenhum (imigrante) veio junto”, disse Guilherme.
No Bairro Concórdia, na Região Nordeste, há também um local em homenagem aos adversários de hoje da Seleção Brasileira. Contudo, na Praça do México, que fica entre as ruas Iguassu e Guanabara, não há qualquer característica ou hábito que lembre a cultura dos mexicanos, mas há bares onde brasileiros se reunirão para torcer pela Seleção.
HOMENAGENS NA GRANDE BH A Rua México não está sozinha em BH.