Jornal Estado de Minas

Moradores e turistas disputam espaço com tapumes na Praça da Liberdade


Moradores e turistas disputaram espaço ontem na Praça da Liberdade entre tapumes para a prática de esportes e passeios com a família, num clima de despedida de um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte. A previsão da PBH era que o espaço já estivesse totalmente isolado para as obras de restauração até o fim da noite de ontem. As reformas devem durar até novembro, ao custo de R$ 5 milhões. No dia de maior movimento na praça, muita gente caminhou, correu ou passeou tendo as tábuas bloqueando boa parte da vista dos prédios históricos do conjunto arquitetônico. Quase dois quartos da área já estava cercada. Nos espaços ainda a serem preenchidos, telas.

“Vai ser um baque. Estou até fazendo uma pesquisa com os frequentadores para saber onde pretendem ir os frequentadores quando a praça fechar totalmente. Muitos vão para o Parque Municipal, onde não poderei ir por ser fechado, e a Praça da Assembleia, no Santo Agostinho, que já tem muita concorrência”, lamentou o vendedor de coco, Cícero Alves, de 51 anos, que trabalha na Praça da Liberdade há 15 anos.

Muitas pessoas não decidiram ainda como vão fazer quando finalmente os quatro cantos da praça forem fechados.
“Moro no Centro e não suporto passar o dia lá. Venho para a praça para espairecer, ouvir menos barulhos de carros. Agora, não sei bem como vou fazer”, disse a aposentada Diva Melo, de 97.

A constatação de que o estado de conservação do espaço público precisa melhorar é unânime entre os frequentadores, sobretudo quando o assunto são os famosos jardins, que se tornaram terreiros e passeios deteriorados. “Essa praça era um esplendor. Hoje, dá vergonha de mostrar uma foto daqui para os outros”, afirma a funcionária pública aposentada Elisabete Ribeiro, de 76. Porém, outro assunto que fez parte das conversas entre turistas e moradores ontem foi necessidade de preservar a praça após a reforma. “Se nada for feito, ela reabrirá e terminará do mesmo jeito”, comentou a dona de casa Angélica Perdigão, de 50.

Pelo projeto de restauração, o coreto terá iluminação interna, da fachada e da cúpula.
As fontes receberão luminárias de LED, assim como as palmeiras, que terão projetores para destacar troncos e folhas. O sistema de irrigação será substituído e os jardins, requalificados. Para preservar algumas dessas áreas, haverá uma proteção. (MP).