Começou neste fim de semana o manejo de 200 famílias de Belo Horizonte que vivem na Ocupação Carolina Maria de Jesus. O grupo se instalou em setembro passado em um prédio da Avenida Afonso Pena, 2.300, na Região Centro-Sul da capital mineira. Nesta segunda-feira (2), 30 famílias estão sendo realocadas e, até quarta-feira, todas já estarão em novo endereço.
"No dia 8 (de junho), fechamos um acordo com o estado de Minas Gerais. Inicialmente, tínhamos o prazo de até sábado para sair. Mas foi difícil fazer a mudança, pois tínhamos alguns detalhes faltando", explicou o advogado do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Thales Viote. Provisoriamente, as famílias serão levadas para um prédio na Rua Rio de Janeiro, 109.
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De acordo com Thales Viote, a Ocupação Maria de Jesus é “um importante processo na luta pela reforma urbana no país”. O movimento considera que foi uma negociação "histórica": "Esse é o modelo que poder público tem que seguir."
A dona de casa, Valdete Borges, de 57 anos, integra a ocupação desde o ano passado devido à falta de condição de moradia. "Não tenho dinheiro para pagar aluguel e, por isso vim para cá. A mudança vai ser boa para gente. Fiquei satisfeita com a negociação. Vamos para outro prédio no Centro, que ajuda na locomoção das famílias", explicou.
O prédio na Avenida Afonso Pena pertence à Fundação Sistel de Seguridade Social (Sistel), fundo de previdência da Telebrás.
As articulações somaram esforços do Governo de Minas, Defensoria Pública, PBH, Polícia Militar, Ministério Público e movimentos sociais.