Jornal Estado de Minas

Vítima de tiroteio em boate de BH está em estado grave


Duas vítimas do tiroteio na porta da boate Jolie!, na madrugada de segunda-feira, continuam internadas no Hospital Risoleta Neves, na Região de Venda Nova. Uma delas, um rapaz de 29 anos, se encontra em estado grave. A confusão na porta da casa de shows, que fica no Bairro Itapoã, Região da Pampulha, terminou com um morto e seis feridos. 

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o homem continua internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) nesta terça-feira. Ele passou por cirurgia, mas seu estado de saúde é instável e ele ainda corre risco de morrer. 

A outra vítima internada é uma jovem de 24 anos que também precisou de cirurgia, mas já não respira por aparelhos e foi transferida do CTI para o quarto. 

O cabo do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), de 34 anos, que se feriu na troca de tiros foi transferido pelo Hospital Militar. O segurança da casa de shows também foi para uma unidade de saúde particular. Outros dois pacientes tiveram alta do Risoleta Neves ainda na manhã de ontem. 

A polícia investiga as circunstâncias do tiroteio. O alvo, o segurança responsável pela expulsão do atirador. Não fosse a atuação de um policial militar, o cenário poderia ter sido ainda mais trágico.


A boate fica na Avenida Pedro I, sob o antigo Via Brasil.

Na festa de domingo, a casa contava com a apresentação de MCs e DJs. A confusão começou depois que Pedro Henrique Vitor Silva, de 20 anos, foi expulso durante uma briga. Ele saiu jurando vingança contra o segurança do estabelecimento que o retirara do local. Pouco tempo depois, às 4h20, voltou com o rosto coberto por um capuz preto pela Avenida Pedro I disparando por todos os lados com uma pistola 380 milímetros.


Seis pessoas que já estavam do lado de fora foram atingidas, incluindo o policial do Batalhão Rotam, que segundo a Polícia Militar, estava de folga e também já tinha saído da boate. O soldado revidou e acertou o agressor quando ele tentava fugir pela mesma via. O PM levou um tiro em cada perna. O segurança foi atingido por oito disparos.

As vítimas foram encaminhadas ao Pronto-Socorro Risoleta Neves, em Venda Nova. Pedro Henrique morreu ao dar entrada no hospital.


Pela manhã, a PM apreendeu um adolescente de 16 anos e dois homens de 26 e 27 anos, suspeitos de participação no tiroteio, quando tentavam recuperar, próximo à boate, uma moto usada no crime. Segundo relatou o menor, na madrugada, ele, que é vizinho de Pedro Henrique, na Cabana do Pai Tomás, na Região Oeste, o levou no veículo para o acerto de contas, tendo esperado o parceiro perto do viaduto da Pedro I. “Ele contou que voltou de ônibus e que foi buscado, de manhã, pelos dois maiores para pegar a moto”, relatou o capitão Antônio Hot, da Rotam.


O autor dos disparos e o garoto têm passagem na polícia por tráfico de drogas. Os outros dois suspeitos são fichados por furto, roubo e lesão corporal. A polícia apura se o adolescente e os dois maiores de idade tiveram participação efetiva no tiroteio e, no caso dos homens, se estavam dentro da casa noturna no momento da briga. Até a tarde de ontem, quando a PM deu uma coletiva à imprensa para esclarecer os fatos, ainda não se sabia quantas pessoas estavam envolvidas na confusão ocorrida no interior do estabelecimento.


A princípio, o adolescente não estava na boate, segundo o capitão da Rotam. “Uma testemunha diz que um Passat preto conduzido por uma pessoa armada estava no local, no momento do tiroteio.

Pode ser que o menor tenha entrado nesse carro e que os dois maiores também estivessem nele”, disse Antônio Hot.

A assessoria de imprensa do Risoleta Neves informou que, das seis vítimas, duas permanecem no hospital, sendo uma delas um homem de 29 anos, em estado muito grave. Uma mulher de 24 está estável. O policial foi transferido para o Hospital Militar e o segurança, para uma unidade de saúde particular. Dois pacientes, de 26 e 29 anos, receberam alta logo pela manhã.


A boate Jolie!, inaugurada no fim de 2017, disponibilizou à polícia imagens do circuito de segurança do estabelecimento. Por meio de nota, informou que “a motivação do crime ainda não foi identificada, mas a casa encontra-se absolutamente à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários, bem como está prestando a devida assistência às vítimas do ocorrido.”

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