A Polícia Civil também informou que não crê na hipótese de que Pedro Henrique Vitor Silva buscou a arma do crime, uma pistola 380 milímetros, em sua casa. "Nós acreditamos que essa arma estaria próxima, em algum veículo, que é assim que a pessoa tenta proceder (em situações como essa). E, se ele tivesse ido à casa dele, ele teria tempo suficiente para refletir", explicou o chefe do DHPP, Rogério de Melo Franco.
Além da morte de Pedro Henrique, o caso deixou seis feridos e três detidos. Na manhã desta terça, a Polícia Civil ainda ouviu o dono da boate. Em nota, a Jolie! disse que “a motivação do crime ainda não foi identificada, mas a casa encontra-se absolutamente à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários, bem como está prestando a devida assistência às vítimas do ocorrido.”
Seis pessoas que já estavam do lado de fora foram atingidas, incluindo o policial do Batalhão Rotam, de 34 anos, que, segundo a Polícia Militar, estava de folga e também já tinha saído da boate. O cabo revidou e acertou o agressor quando ele tentava fugir pela mesma via. O PM levou um tiro em cada perna. O segurança foi atingido por oito disparos. As vítimas foram encaminhadas ao Hospital de Pronto-Socorro Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova. Pedro Henrique morreu ao dar entrada no hospital.
O PM foi transferido para Hospital Militar. O segurança da casa de shows também foi para uma unidade de saúde particular. Outros dois pacientes tiveram alta ainda na manhã de ontem.
De acordo com informações da assessoria do Risoleta Neves, duas outras vítimas seguem internadas. Uma delas, um rapaz de 29 anos, se encontra em estado grave. Ele passou por cirurgia, mas seu estado de saúde é instável e ele ainda corre risco de morrer.
A outra vítima internada é uma jovem de 24 anos que também precisou de cirurgia, mas já não respira por aparelhos e foi transferida do CTI para o quarto.
PRISÕES. Pela manhã de ontem, a PM apreendeu um adolescente de 16 anos e dois homens de 26 e 27 anos, suspeitos de participação no tiroteio, quando tentavam recuperar, próximo à boate, uma moto usada no crime. Segundo relatou o menor, na madrugada, ele, que é vizinho de Pedro Henrique, na Cabana do Pai Tomás, na Região Oeste, o levou no veículo para o acerto de contas, tendo esperado o parceiro perto do viaduto da Pedro I. “Ele contou que voltou de ônibus e que foi buscado, de manhã, pelos dois maiores para pegar a moto”, relatou o capitão Antônio Hot, da Rotam.
O autor dos disparos e o garoto têm passagem na polícia por tráfico de drogas. Os outros dois suspeitos são fichados por furto, roubo e lesão corporal. A polícia apura se o adolescente e os dois maiores de idade tiveram participação efetiva no tiroteio e, no caso dos homens, se estavam dentro da casa noturna no momento da briga.
A princípio, o adolescente não estava na boate, segundo o capitão da Rotam. “Uma testemunha diz que um Passat preto conduzido por uma pessoa armada estava no local, no momento do tiroteio. Pode ser que o menor tenha entrado nesse carro e que os dois maiores também estivessem nele”, disse Antônio Hot.
(Com informações de Cristiane Silva e Júnia Oliveira)