Enquanto a Rússia vive seus momentos finais de Copa do Mundo, ainda não há muito fair play com pessoas LGBTI+ no maior país do planeta. No início da competição, um casal de homens franceses foi agredido ao pegar um táxi em São Petersburgo e levantou a discussão sobre LGBTfobia. Do lado de cá, o país pentacampeão no futebol lidera uma triste estatística de crimes contra essa população: a cada 19 horas, um integrante do grupo LGBT é morto no Brasil. Em ano de eleição, com intuito de reverter o alto número de violência, o tema ganha uma proporção ainda maior e, em Belo Horizonte, se tornou a principal pauta da 21ª edição da Parada LGBT, que pretende reunir 80 mil pessoas em prol do orgulho no domingo.
O trajeto será o mesmo de outros anos, com concentração a partir das 11h na Praça da Estação, onde fica montado o palco para os shows e atos políticos. Após as apresentações e manifestações no palco, a parada segue pela Avenida Amazonas em direção à Praça Sete, onde os organizadores prometem um “ato surpresa”. De lá, eles seguem caminhando até a Praça Raul Soares, próximo ao Barro Preto, onde o desfile termina. “Hoje, a Parada assume uma dimensão de diálogo com toda a sociedade. Por isso, a gente vê muitas famílias celebrando a diversidade. Esse é o diálogo que queremos. Se você tem uma cultura do ódio, a nossa resposta será sempre alegria, vida e afeto”, completou Azilton.
Neste ano, a PBH aumentou o repasse de R$ 100 mil para R$ 120 mil. O valor será destinado à estrutura da Parada, como grades, banheiros e palcos.
NÚMEROS Em 2017, das 445 lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis vítimas da homofobia no Brasil, 43 morreram em Minas Gerais. Foi o segundo estado em número de notificações de assassinatos e suicídios dessa população, segundo dados divulgados no início do ano pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo Thiago Costa, da Subsecretaria de Direitos e Cidadania, o Núcleo de Atendimento e Cidadania LGBT da Polícia Civil registrou crescimento de 134% da procura em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado.
*Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia