A rotina de agressões e ameaças se repete dentro das unidades de saúde de Belo Horizonte. Na manhã desta quarta-feira, uma enfermeira e um guarda municipal foram agredidos por um paciente no Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Bairro Sagrada Família, na Região Leste da capital. O homem teria se irritado e agrediu os servidores, após a enfermeira se recusar a retirar um cateter que estava em seu braço.
De acordo com informações do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), o próprio paciente, de 50 anos, retirou a agulha do braço e arremessou o tubo na enfermeira, ao ouvir a recusa dela. Nervoso, ele começou a ameaçá-la. Ao intervir, o guarda municipal que trabalha no centro de saúde também foi agredido. Ele tentou conter o homem, que estava agitado e gritava com a enfermeira.
Ainda de acordo com o Sindibel, o paciente teria tomado o rádiocomunicador do guarda, o agredido com o aparelho, além de empurrá-lo. O guarda, então, solicitou reforço de outro agente da Guarda Municipal para imobilizar o paciente. Em seguida, ele recebeu atendimento médico. A enfermeira e o agente não tiveram ferimentos.
Procurada pela reportagem do Estado de Minas, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o paciente fugiu da Santa Casa, onde estaria internado desde terça-feira, após passar por uma cirurgia. Em nota, a Santa Casa BH disse que o paciente saiu da unidade de saúde por livre e espontânea vontade, "e a instituição imediatamente acionou a família e a Polícia Militar para as providências cabíveis”.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde de BH, o procedimento de remoção do cateter não é realizado em postos de saúde e, por isso, a enfermeira se recusou a fazê-lo. A servidora disse ao paciente que consultaria uma médica, mas antes de sair da sala, foi agredida e ameaçada. A Guarda Municipal, então, foi acionada.
A Secretaria Municipal de Saúde informou ainda que o paciente é acompanhado pelo psiquiatra do centro de saúde, mas teria faltado às últimas consultas agendadas. A ocorrência não prejudicou os atendimentos na unidade, que segue funcionando normalmente.
As vítimas e o agressor foram conduzidos por uma viatura da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) para a Delegacia Adjunta ao Juizado Especial Criminal (Deajec), onde prestaram depoimento.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie