A revitalização da Praça da Liberdade e de locais que compõem o circuito cultural formado por 16 espaços em seu entorno promete oferecer para a população novas instalações para o lazer, segurança e cultura em Belo Horizonte. A expectativa é que um dos principais cartões-postais da capital mineira se torne mais atrativo ao público e que isso aumente o nível de ocupação, prejudicado pelas denúncias de problemas de manutenção. Mas um desafio social segue exigindo atenção do poder público e não tem previsão de ganhar ações para ser solucionado com a revitalização urbanística: a situação dos moradores de rua no entorno da praça, um dos pontos já consolidados na cidade com presença de quem não tem onde morar.
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“Não estamos aqui porque queremos, mas sim porque não temos para onde ir. De um ano para cá a pressão do poder público aumentou, sempre com a presença da Polícia Militar aqui, onde a gente fica mais. Mas ninguém disse nada sobre essa reforma.
Pertences de moradores de rua foram vistos ontem no interior da Praça da Liberdade, mas o avanço da colocação dos tapumes pode ter diminuído o fluxo de pessoas nessa condição por ali. Em frente à entrada principal da biblioteca, onde é comum ver muitas pessoas em situação de rua, ontem havia apenas um homem dormindo e poucos pertences à vista.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania informou que o trabalho do órgão no complexo da Praça da Liberda é sistemático, com abordagens semanais, nos três turnos: manhã, tarde e noite e sua atuação consiste na sensibilização e escuta das pessoas em situação de rua.
MAIS NOVIDADES Ontem, o Iepha anunciou que o edifício da antiga Secretaria de Viação e Obras Públicas, fechado desde a administração estadual passada, vai abrigar a Casa do Patrimônio, projetada para receber galerias de exposições, ateliê de restauração com possibilidade de visitação e áreas destinadas para ações institucionais ligadas ao patrimônio histórico de Minas. Conhecido como prédio verde, o imóvel, que fica na esquina da praça com a Rua Gonçalves Dias, passará por obras de revisão da infraestrutura elétrica, recuperação do piso, retorno das estruturas originais, e adequação às normas do Corpo de Bombeiros, além de modificações no Ateliê de Restauro para viabilizar a visitação pública.
“Ele vai abrigar a sede do Iepha e do Circuito Liberdade e ainda trazer grandes espaços abertos à população para que a gente faça a promoção e a salvaguarda do patrimônio cultural”, afirma Michele Arroyo, presidente do Iepha. O secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, lembrou ainda que entidades da sociedade civil serão convidadas a ocupar o espaço da Casa do Patrimônio.
Também estão previstas revitalizações nas fachadas do próprio prédio verde, além dos edifícios que abrigam o Museu Mineiro, o Arquivo Público Mineiro, o coreto da Praça da Liberdade e o muro e as grades do Palácio da Liberdade. Parcerias com as empresas Coral, Casa & Tinta, Grupo Orguel e com o Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Grais (Sicepot/MG) viabilizaram as novas pinturas, por meio do programa Tudo de Cor. A presidente do Iepha anunciou também obras na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais e no Anexo Professor Francisco Iglésias. Serão R$ 5 milhões para a reforma desses dois espaços.