Depois de ser "empossado" como Mister Juiz de Fora, o modelo Felipe Guzzo teve que deixar outra pessoa representar a cidade da Zona da Mata mineira. Isso porque ele se envolveu em um caso de repercussão ao ser denunciado, em uma publicação no Facebook, pela ex-namorada, que disse ter sido agredida por três anos pelo modelo. Segundo o coordenador do concurso, o envolvimento do mister na polêmica foi determinante para a deposição, que ocorreu nessa quinta-feira.
Em um post na rede social, que já teve mais de 1 mil reações e centenas de comentários, a médica Eveline Barros denunciou que recebeu um e-mail, nesta semana, em que o remetente dizia que ela teria caluniado e difamado Felipe ao ter criticado a participação do ex no concurso. "Absurdo ver a pessoa que me agrediu durante três anos como vencedor de um concurso em Juiz de Fora no qual uma das perguntas a serem respondidas pelos participantes era 'o que achava sobre agressão à mulher'. Ironia? Não", escreveu.
Segundo a coordenação do concurso, que afirmou que essa não foi uma pergunta direcionada ao modelo, os candidatos são julgados em três quesitos, sendo que os cinco melhores respondem a uma pergunta ao vivo. "A pergunta feita para o Felipe foi sobre a posição dele caso o filho fosse gay. O tema 'violência doméstica' estava dentro do concurso, mas essa pergunta não foi feita a ele", explicou Diley Almeida, coordenador do Miss e Mister Juiz de Fora.
Junto ao texto, a médica colocou uma foto com um dos olhos machucados. "Na ocasião desta foto, eu estava a metros da delegacia da minha cidade sendo espancada por esse indivíduo, que me fez tomar banho e vestir a sua camisa, porque eu me encontrava toda ensaguentada", disse. "Essa não foi a única vez. Chutes, socos, pontapés, asfixia eram recorrentes e aconteceram durante os três anos de namoro."
DENÚNCIA A médica, também no relato publicado no Facebook, se disse arrependida por não ter tomado "qualquer atitude antes". "Hoje, oito meses depois, tenho certeza de que a vergonha não é minha, e, sim, dele. E, sim, deles! De todos os milhares de homens que agridem suas esposas, namoradas, companheiras, todos os dias", desabafou Eveline. "Tento servir de exemplo para quem está a minha volta, para as minhas pacientes vítimas de agressão e, agora também, para as pessoas que estão lendo essa publicação."
Em nota publicada em nome de Diley, a coordenação da competição na cidade informou que Felipe infringiu as cláusulas do concurso, ao se envolver em um caso de grande repercussão, e não pela denúncia de agressão. "Por descumprimento de cláusulas existentes no regulamento do concurso em suas etapas – municipal, estadual, nacional e internacional –, o candidato Felipe Guzzo, eleito em concurso no dia 30/05/2018, está deposto do título em questão."
O Estado de Minas tentou contato com Felipe e Eveline, mas ainda não recebeu resposta. Assim que houver algum retorno, esta reportagem será atualizada.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa
Em um post na rede social, que já teve mais de 1 mil reações e centenas de comentários, a médica Eveline Barros denunciou que recebeu um e-mail, nesta semana, em que o remetente dizia que ela teria caluniado e difamado Felipe ao ter criticado a participação do ex no concurso. "Absurdo ver a pessoa que me agrediu durante três anos como vencedor de um concurso em Juiz de Fora no qual uma das perguntas a serem respondidas pelos participantes era 'o que achava sobre agressão à mulher'. Ironia? Não", escreveu.
Segundo a coordenação do concurso, que afirmou que essa não foi uma pergunta direcionada ao modelo, os candidatos são julgados em três quesitos, sendo que os cinco melhores respondem a uma pergunta ao vivo. "A pergunta feita para o Felipe foi sobre a posição dele caso o filho fosse gay. O tema 'violência doméstica' estava dentro do concurso, mas essa pergunta não foi feita a ele", explicou Diley Almeida, coordenador do Miss e Mister Juiz de Fora.
Junto ao texto, a médica colocou uma foto com um dos olhos machucados. "Na ocasião desta foto, eu estava a metros da delegacia da minha cidade sendo espancada por esse indivíduo, que me fez tomar banho e vestir a sua camisa, porque eu me encontrava toda ensaguentada", disse. "Essa não foi a única vez. Chutes, socos, pontapés, asfixia eram recorrentes e aconteceram durante os três anos de namoro."
DENÚNCIA A médica, também no relato publicado no Facebook, se disse arrependida por não ter tomado "qualquer atitude antes". "Hoje, oito meses depois, tenho certeza de que a vergonha não é minha, e, sim, dele. E, sim, deles! De todos os milhares de homens que agridem suas esposas, namoradas, companheiras, todos os dias", desabafou Eveline. "Tento servir de exemplo para quem está a minha volta, para as minhas pacientes vítimas de agressão e, agora também, para as pessoas que estão lendo essa publicação."
O agressor vai achar sempre que poderá te intimidar, ameaçar, coagir. Além disso, pessoas desse tipo, que não tem o mínimo de moral ou princípios são capazes de tudo! Mas e a justiça? Hoje ela não me respalda, e sim dá oportunidade a essa pessoa de me prejudicar mais uma vez.
Eveline Barros
Em nota publicada em nome de Diley, a coordenação da competição na cidade informou que Felipe infringiu as cláusulas do concurso, ao se envolver em um caso de grande repercussão, e não pela denúncia de agressão. "Por descumprimento de cláusulas existentes no regulamento do concurso em suas etapas – municipal, estadual, nacional e internacional –, o candidato Felipe Guzzo, eleito em concurso no dia 30/05/2018, está deposto do título em questão."
O Estado de Minas tentou contato com Felipe e Eveline, mas ainda não recebeu resposta. Assim que houver algum retorno, esta reportagem será atualizada.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa