A Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, registrou uma nova tentativa de fuga, na noite deste domingo. A ação criminosa, porém, foi frustrada e os detentos não conseguiram fugir. Esta é a sétima tentativa de fuga registrada desde o início do ano na unidade.
O caso, conforme informado pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), ocorreu por volta das 22h40, quando seis detentos foram flagrados fora da cela. O grupo não chegou a sair do pavilhão do Complexo.
Uma serra e uma corda artesanal foram apreendidas com os detentos. A Seap não informou detalhes de como ocorreu a ação do grupo. "A direção do complexo vai instaurar um procedimento de investigação preliminar para apurar administrativamente o ocorrido", afirmou a secretaria em nota.
Além das tentativas, outras quatro fugas ocorreram no presídio em 2018. Em abril, a Justiça mineira determinou a interdição parcial da Nelson Hungria. De acordo com a decisão, não pode haver novos ingressos de detentos no complexo até que o número de presos esteja inferior a 2 mil. Atualmente, cerca de 2.300 pessoas estão presas no local.
Casos recorrentes
Conforme noticiado pelo Estado de Minas, a fuga de pelo menos 22 presos em 2018, tentativas de escapar descobertas, assassinato de um detento, ataques externos ordenados de dentro do presídio e uma escalada de problemas vêm colocando a segurança máxima da Penitenciária Nelson Hungria cada vez mais à prova.
No último de uma série de episódios que começaram em outubro e indicam vulnerabilidade da cadeia, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) admitiu que quatro presos chegaram até o telhado da unidade durante banho de sol e usaram uma corda improvisada para escapar pela muralha ao anoitecer.
A diminuição da quantidade de agentes penitenciários trabalhando no local – realidade em todo o estado – interfere diretamente na segurança do presídio e abre brechas para os transtornos, denuncia o presidente da Comissão de Assuntos Carcerários da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB/MG), Fábio Piló. (Com informações de João Henrique do Vale, Guilherme Paranaiba e Cristiane Silva)
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie