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Estado de Minas

A partir desta semana, prefeitura de BH vai atrás de quem não se vacinou

Por telefone ou pessoalmente, Secretaria de Saúde de BH busca quem está com cartão de vacina desatualizado. Em agosto, campanha é nacional


postado em 16/07/2018 06:00 / atualizado em 16/07/2018 07:32

Técnica em enfermagem tira frasco de vacina de refrigerador em centro de saúde: novos casos de velhas doenças preocupam as autoridades (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Técnica em enfermagem tira frasco de vacina de refrigerador em centro de saúde: novos casos de velhas doenças preocupam as autoridades (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

A ameaça do retorno ao país de doenças erradicadas ou controladas levou a Secretaria Municipal de Saúde a decretar uma verdadeira “caça” aos faltosos das salas de vacinação de Belo Horizonte. A partir desta semana, funcionários de centros de saúde tentarão localizar por telefone quem precisa se proteger contra o sarampo, e agentes comunitários, que vão para a rua, farão o mesmo serviço no trabalho de casa em casa. Em agosto, campanha nacional de imunização do dia 6 ao 31 vai tentar evitar que o surto da enfermidade no Norte do Brasil e a ocorrência de casos em estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste se alastrem para o restante do território brasileiro, além de bloquear de vez qualquer possibilidade de ressurgimento da poliomielite.

Venezuelanos que estão vindo para o Brasil e viajantes chegando da Europa, principalmente quem está de retorno da Copa do Mundo da Rússia, são potenciais propagadores de doenças como sarampo e difteria. O primeiro caso se deve aos registros dessas doenças na Venezuela e o segundo, na Europa. Antes do Mundial, a Organização Mundial de Saúde emitiu alerta para os torcedores que fossem viajar tomassem a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Isso porque a intensificação das viagens internacionais e o movimento de pessoas durante eventos de massa aumentam o risco de transmissão de doenças, segundo a OMS.

Além disso, no ano passado, o número de novos casos de sarampo na Europa quadruplicou. A doença infectou 22,3 mil pessoas e causou 36 mortes. Nos primeiros três meses de 2018, a Europa registrou mais de 18 mil casos de sarampo. França, Grécia, Sérvia e Ucrânia são os países com o maior número de casos. A Rússia, por sua parte, notificou mais de 600 casos.

Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2013 e 2015, ocorreram surtos decorrentes de pacientes vindos de outros países, sendo registrados nesse período 1.310 casos da doença. O maior número de casos foi registrado em Pernambuco e no Ceará. Em 2017, casos de sarampo em venezuelanos que adentraram no estado de Roraima foram confirmados, ocasionando um surto da doença nessa unidade da Federação, com ampliação de casos da doença para Manaus, no Amazonas. Até 27 de junho, foram confirmados 475 casos no país, sendo 265 no Amazonas, 200 em Roraima e dois no Rio de Janeiro. Ainda de acordo com a pasta, casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio Grande do Sul (6) e Rondônia (1).

Em Minas, 56 casos estão sendo investigados – não há notificações confirmadas. Em Belo Horizonte, o último caso é de 1997. Depois disso, foram registrados dois casos importados: um de morador que se contaminou numa viagem aos Estados Unidos e, em 2013, de um francês que chegou com a doença. A rubéola, que teve na capital 12 casos confirmados em 2007 e quatro em 2008, é a que menos preocupa, segundo a diretora de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Paixão. “Tomando a tríplice viral contra o sarampo, a pessoa se protege automaticamente”, diz. Outra enfermidade que liga o alerta é a difteria. Minas Gerais não registrava casos desde 2011. Ano passado, houve dois, sendo um em BH – em todo o país, foram cinco. “Era um paciente adulto que tinha uma doença de base, causando a baixa imunidade. Foi uma situação diferenciada e ele foi tratado e curado”, explica Lúcia.

Em 2017, houve uma morte referente a um caso importado da Venezuela. No Brasil, a redução da incidência se deu a partir da década de 1990. A cobertura vacinal no país aumentou gradativamente, passando de 66%, em 1990, para mais de 95%, em 2015. Na sequência, caiu: em 2016 e 2017, a cobertura foi de 92% e 78%, respectivamente.


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