Ela não aparece entre as rodovias mais perigosas do país. Em Minas Gerais, a BR-251 ocupou no ano passado a sexta posição na listagem das estradas com o maior número de mortos. Apesar disso, tem concentrado uma quantidade de eventos graves, dignos de chamar a atenção. Somente nos 70 primeiros dias deste ano, 19 pessoas perderam a vida em quatro acidentes nesta BR que corta Minas Gerais. Ontem, as estatísticas engrossaram: um engavetamento envolvendo 11 veículos matou pelo menos oito pessoas e deixou 53 feridas e três desaparecidas, num total de 64 vítimas, no Km 474, na Serra de Francisco Sá, no município homônimo, conhecido como “Curva da morte”, no Norte do estado. Enquanto tragédias se repetem, obras de revitalização da rodovia não saem do papel. Projeto de melhorias em mais de 300 quilômetros da via, incluindo a mudança de traçado no trecho da serra, se arrasta há pelo menos cinco anos.
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ALERTA E ORIENTAÇÃO O perigoso trecho da Serra de Francisco Sá é palco de constantes acidentes, apesar da sinalização no local alertando sobre os riscos e orientando os motoristas a reduzir a velocidade. A BR-251 registrou aumento de 138% no número de mortes em 2017 na comparação com o ano anterior. Foram 50 contra 21. Este ano, os números já são assustadores.
Em 2013, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou ao Estado de Minas que estava em fase de aprovação projeto que prevê intervenções na BR-251, nos 340,5 quilômetros entre o Km 197,3 (BR-116) e o Km 537,8 (Montes Claros). Na época, estava previsto edital dividido em dois lotes, com custo estimado em R$ 800 milhões e prazo de execução de 36 meses. Cinco anos depois, nada saiu do papel. O Dnit informou ontem, por meio de nota, que o trecho da rodovia BR-251 onde ocorreu o acidente tem contrato de manutenção vigente. “Tanto o pavimento quanto a sinalização (horizontal e vertical) estão em boas condições”, afirma o texto.
O departamento acrescentou que tem projeto executivo para obras de grande vulto do entrocamento com a BR-116 até Montes Claros – Km 197,3 ao Km 526,1, numa extensão de 328,8 quilômetros. Entre as intervenções, estão previstos a mudança de traçado na Serra de Francisco Sá e a implantação de 110 quilômetros de terceira faixa ao longo da rodovia. O investimento tem valor de R$ 1 bilhão e depende de dotação orçamentária do governo federal, segundo o Dnit.
Mais radares
Chega a 449 o número de radares controladores de velocidade instalados nas estradas mineiras.