Barreira fundamental para impedir a demolição do histórico prédio da Pensão Tormin, no Centro de Araxá, na Região do Alto Paranaíba, que, conforme historiadores, pertenceu a Anna Jacintha de São José, a célebre dona Beja ou Beija (1800-1873). O secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo de Araújo Santos, informou, ontem, que qualquer intervenção no sobrado deverá passar pelo crivo do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). No sábado, foi publicada no Minas Gerais a Deliberação 1/2018 do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), que é presidido pelo secretário. Já em Cataguases, na Zona da Mata, a mobilização é para salvar a fachada de uma casa do início do século 20, que já teve parte derrubada.
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Sobrado de Dona Beja, em Araxá, corre risco de ser demolidoMuseu que homenageia Dona Beja, em Araxá, pode reabrir em 2018Fundação remarca para o fim do mês início das obras na Igrejinha da PampulhaMichele Arroyo será mantida na presidência do Iepha-MGCriança de dois anos é morta por namorado da tia, em AraxáAcidente entre três veículos deixa motociclista ferido no Anel Rodoviário Festival Verbogentileza é convite à diversão e ao engajamentoConforme a deliberação, é importante a articulação entre o poder público municipal e o proprietário do imóvel (um grupo hospitalar regional), a fim de “viabilizar o reconhecimento da edificação como patrimônio cultural e sua efetiva conservação, considerando as informações contidas na Ficha de Inventário Municipal, segundo a qual a construção foi erguida entre as décadas de 1820 e 1830”. Entre as intervenções que devem passar pelo Iepha estão demolição, reforma, nova edificação, ou pavimentação e instalação de engenho de publicidade.
O caso está na Justiça desde 2011, quando o antigo proprietário quis derrubar o imóvel para construir um galpão, a ser usado pela loja de uma rede nacional de varejo.
Na semana passada, diante de decisão do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac), que não reconheceu o valor histórico do bem, o juiz da 3ª Vara Cível da comarca, Rodrigo da Fonseca Caríssimo, descartou a necessidade de perícia e deu um prazo de 30 dias, a partir da notificação, para que o promotor de Justiça entre com recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A prefeitura local, por meio de assessores, se limita a informar que não há interesse na desapropriação do imóvel para fins culturais, enquanto a presidência do Compac lembra que o caso está na Justiça.
QUASE NO FIM Intensa mobilização nas redes sociais a cargo dos grupos Patrimônio Cultural – Minas Gerais e SOS Patrimônio tenta salvar um casarão localizado na Rua Luiz Tenente Ribeiro, 272, na Vila Domingos Lopes, em Cataguases, na Zona da Mata. Segundo uma moradora, os imóveis históricos se tornaram alvo de cobiça por parte das construtoras e imobiliárias. “Muitos estão comprando os imóveis para demolir ou deixar cair. Querem localização e terreno”, lamenta a mulher.
Preocupada com a situação e preferindo o anonimato, a moradora diz que grande parte dos casarões desapareceu do mapa nas décadas de 1970 e 1980.
Em nota, a Prefeitura de Cataguases informa que “os imóveis localizados fora da poligonal de tombamento do município podem ser demolidos de acordo com o interesse de seu proprietário, já que não existe legislação específica sobre isso. Neste caso, o destino do imóvel é decidido pelo dono do mesmo, desde que não tenha nenhum tombamento específico e seja retirado o alvará de demolição na prefeitura, conforme prevê o Código de Obras”.
E mais: “No caso dos imóveis localizados dentro da poligonal, poderão ser demolidos os que não tenham tombamento específico, com a autorização de órgão competente (...), com o devido alvará de demolição, concedido pela prefeitura”. O secretário municipal de Cultura e Turismo de Cataguases, Fausto Menta, afirmou, ontem, que a situação foi comunicada de imediato à superintendência do Iphan em Minas Gerais, já que se trata de uma propriedade privada localizada fora da área de tombamento, sem nenhum tombamento específico ou mesmo inventário. “Está localizada na frente de uma igreja de construção recente, num área comercial, a cerca de 500 metros da poligonal de tombamento federal”, disse..