Até o fim desta terça-feira (24) estará concluído o trabalho dos grafiteiros em ação nos 54 painéis que fecham a Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, informa a assessoria da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Mesmo vedado ao público pelos tapumes, o nobre espaço da capital se tornou um atrativo para moradores e visitantes em férias. Na tarde desta segunda-feira (23), quando um dos últimos grafiteiros deixava sua arte gravada no painel de madeira, muita gente admirava os movimentos do artista de rua.
Diante da família, o grafiteiro Sérgio Luiz do Amaral, de 37, conhecido como Irondois, terminava o painel no qual um réptil – “pode ser um calango, uma salamandra”, ele disse – enlaçava, com a cauda, uma ave. A cena, acrescentou, representa “a luta pela sobrevivência, a lei do mais forte na natureza, sendo o pássaro a parte mais frágil”. A menina gostou do que viu e contemplou também o trabalho ao lado, denominado Ao (a)mar, pela autora Camila Corrêa, de 24, que há poucos meses se dedica ao grafite.
“Sou de Vitória (ES) e estou gostando muito desta experiência aqui na Praça da Liberdade. Procurei retratar o mar com novas possibilidades de coisas. Esta exposição é benéfica para mim, pois sou muito tímida. Na verdade, é uma vitrine”, disse a jovem, que assina Camz. A estudante de psicologia acompanhou a ação dos grafiteiros e se declarou apaixonada pela arte como método de intervenção psicossocial.
PARCERIA
A revitalização completa do complexo turístico, prevista para terminar em novembro, tem à frente a prefeitura, governo do estado, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), e uma empresa privada. A praça vai passar por uma renovação do sistema de iluminação, restauração do coreto, da estátua Ninfa e do piso da pista de caminhada, reinstalação das placas de monumentos e a reformulação do mobiliário. Ela vai receber equipamentos com padrões arrojados de design com a renovação de bancos e lixeiras. O espaço foi inaugurado em 1897 e foi tombado como patrimônio há 40 anos pelo Iepha.