Os ataques a ônibus em Minas Gerais fizeram a primeira vítima. Um motorista de 61 anos ficou ferido depois de o coletivo dirigido por ele ser alvo de um incêndio criminoso na noite de domingo, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. Na capital e região metropolitana, o número de ocorrências chegou a 36 desde o início do ano. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), 129 pessoas foram presas em 2018 por envolvimento nessas ações criminosas. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), que não cogitava reduzir a circulação de veículos nas linhas afetadas, começa a reavaliar a situação.
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Criminosos queimam ônibus com motorista dentro em Contagem Criminosos colocam fogo em ônibus no Anel RodoviárioBH já teve 15 ônibus incendiados de janeiro a julho de 2018Ônibus incendiado no Bairro Maria GorettiCeará sofre com ataques a ônibus, onda contida em Minas após condenação de 25 criminososPreso suspeito de atear fogo a ônibus em Belo HorizonteCriminosos colocam fogo em ônibus no BarreiroOs criminosos fugiram descendo a rua e entraram em um Palio, onde estaria um comparsa. O fogo foi apagado por testemunhas.
O chefe da sala de imprensa da PM, major Flávio Santiago, acredita que o crime esteja relacionado ao que ele chama de “espelhadores”. “É a pulverização dos casos. Os bandidos vão espelhando as ações de outros e entram em cena para, de alguma forma, levantar sua bandeira, de cunho criminoso. Às vezes nem têm reivindicação alguma”, afirma.
O major afirma que as ocorrências recentes não se relacionam com a onda de ataque a ônibus promovida no primeiro semestre e que tiveram como alvo principalmente cidades do Triângulo e do Sul de Minas. “Tivemos uma redução desses casos por causa das prisões feitas ao longo do tempo e daquelas advindas da operação conjunta do Ministério Público e polícias Militar e Civil”, diz.
No início do mês, a força-tarefa divulgou ter desarticulado as lideranças de organização criminosa nacionalmente conhecida que determinaram o ateamento de fogo a ônibus e bens públicos. Como 22 criminosos já se encontravam detidos, um deles numa instituição federal, esses cabeças da organização foram reunidos para serem remanejados para uma unidade onde cumprirão Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
PREJUÍZOS Somente este ano, o prejuízo às empresas de ônibus é de, no mínimo, R$ 14,4 milhões. Por meio de nota, o Sintram reiterou que “repudia veementemente os ataques que têm atingido os ônibus do sistema metropolitano de transporte. Trata-se de um crime grave que está colocando em risco os colaboradores e os usuários do transporte público”. Acrescentou que a empresa responsável pela linha está prestando todo apoio necessário ao motorista e à sua família. O condutor segue internado e seu quadro de saúde é estável.
O sindicato ressaltou que “para além do ônus às empresas, a grande incidência de ocorrências de incêndios criminosos prejudica todo o sistema, incluindo os usuários do transporte, já que as empresas não têm veículos-reserva disponíveis para substituir os incendiados, o que afeta diretamente o atendimento prestado à população”. De janeiro a julho deste ano, 20 veículos do sistema metropolitano foram incendiados.
Em BH, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que não há como prever a redução da frota e que manterá a suspensão da circulação à noite somente nas regiões onde houver ataques..