A cadela que foi encontrada baleada na terça-feira vem apresentando melhora, mas ainda apresenta estado de saúde muito grave e ela poderá precisar de cirurgia. A informação é da clínica veterinária que está cuidando dela em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O caso é investigado pela Polícia Civil da cidade, que já tem dois suspeitos.
A fêmea, que ainda não tem nome, era vista constantemente circulando pela obra da estrada que liga Caeté a Barão de Cocais, na Região Central de Minas. De acordo com informações a Sociedade Galdina Protetora dos Animais e da Natureza de Caeté (SGPAN), na tarde de terça, algumas pessoas ouviram o choro da cadela e, ao verificar, constataram os ferimentos. A médica veterinária de animais silvestres Paula Senra, que trabalha na obra, a socorreu e a levou para uma clínica particular em Caeté.
“Ela está em estado bastante grave porque teve muitas lesões vasculares. Os projéteis lesionaram veias e artérias da boca. Ela também tem necrose nos tecidos, principalmente na língua. Ela já perdeu metade da língua, e isso tem dado muita dificuldade para ela se alimentar. Se não melhorar até amanhã, vamos colocar uma sonda nela via pescoço”, explicou ao em.com.br o veterinário Horácio Alves dos Anjos Júnior, na manhã desta quinta-feira. Segundo ele, até o momento, a equipe alimenta a cadela depositando a alimentação líquida direto na garganta. Os disparos também fraturaram a mandíbula da cadela e, segundo o veterinário, não há condições de operá-la normalmente. Antes de qualquer procedimento, será preciso estabilizar as lesões e curar a infecção no local dos ferimentos. “Ela está tendo uma resposta satisfatória. Está sendo mantida com todo o suporte, com soro, aquecimento”, esclareceu o profissional.
Desde que foi internada, alguns moradores procuraram a clínica veterinária para visitar a cadela ferida, mas os veterinários ainda não permitiram a entrada por conta do estado delicado dela.
INVESTIGAÇÕES A agressão contra a cadela é investigada pela Delegacia de Polícia Civil de Caeté. Nesta quinta-feira, o delegado Guilherme Guimarães Catão disse que os trabalhos começaram hoje. “O crime de maus-tratos aos animais é considerado de menor potencial ofensivo. Fazemos um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). Essa ong de Caeté é muito atuante. Eles fazem muitos registros de casos de maus-tratos e todos eles acabam com uma punição”, explica o policial. Segundo ele, os responsáveis pelos delitos devem pagar multa ou realizar prestação de serviços, conforme a legislação atual.
Mas, segundo ele, é possível que a situação possa ser diferente, o que vai depender de um exame dos estilhaços dos projéteis retirados dos ferimentos da cadela. A informação inicial é de que ela teria sido atingida por chumbinho. “Vou comparar a munição com as que temos de armas aqui. Se não for chumbinho, não vai ficar restrito apenas ao TCO não. Aí bifurca: é tratado o caso de TCO de maus-tratos e outro de disparo de arma de fogo”. Este último crime, conforme o Estatuto do Desarmamento, pode levar a uma pena de dois a quatro anos de prisão, e multa. O delegado adiantou que há dois suspeitos do crime, mas não vai repassar mais detalhes para não prejudicar as investigações.
COMO AJUDAR Um grupo de pessoas está fazendo vaquinha para pagar o tratamento da cadelinha. Quem puder ajudar pode deixar doações na clínica em que o animal está internado – na Avenida Mundeus, 51, Bairro Mundeus, em Caeté – ou por meio de depósito bancário na conta da ONG, Caixa Econômica Federal, agência 1441, operação 003, conta-corrente 00001943-2. O CNPJ é o 10431376/0001-04.