A 21ª edição da Parada do Orgulho LGBT, que aconteceu no último dia 8, alcançou um número recorde de público e trouxe mais turistas à capital mineira, conforme aponta uma pesquisa promovida pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), em parceria com a Belotur. Cerca de 150 mil pessoas estiveram na marcha, cujo tema foi “Mais Democracia e Mais Direitos Humanos: Esse é o Brasil que queremos para as LGBT”. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, estima que 17,2% dos participantes eram turistas, o que contabiliza mais de 25 mil visitantes.
Leia Mais
Perda de direitos preocupa comunidade LGBT; parada reuniu 100 mil em BHParada LGBT de BH vai às ruas por mais democracia e direitos humanos em 2018 Prefeitura de BH reajusta para 150 mil o público da parada LGBT de 2018Parada do Orgulho LGBT de BH vai relembrar 50 anos de protestos de Nova YorkVeja fotos do 'Casamentaço'; casais LGBT+ celebram união em festa realizada de forma colaborativa Ambulatório trans completa um ano e realiza cerimônia em BHMais de 40 casais LGBTI+ participam de casamento comunitário em BHMPF recomenda que Netflix retire animação com drag queens do catálogo infantilPorém, o público da Parada ainda é majoritariamente belo-horizontino, representando 58,3% dos participantes, quase 88 mil pessoas. Já outros 36 mil vieram da Região Metropolitana de BH. O trajeto da marcha foi o mesmo de outros anos, com concentração no fim da manhã na Praça da Estação, onde foi montado o palco para shows e atos políticos.
Quando questionados sobre o motivo de participação na parada, 63,3% disseram que foram em apoio à causa LGBT. Com relação às necessidades urgentes, 35,4% apontaram a necessidade de mais reconhecimento e ou visibilidade, seguido de promoção de segurança por 18,8%. Conforme destacou o presidente do Cellos-MG, Azilton Viana, o evento ocorreu em um momento de perda de direitos. “Aumentou a intolerância, os índices de violência e morte estão cada vez mais altos, enfim, os direitos estão sob ameaça e grave risco”, ressaltou em entrevista ao jornal Estado de Minas.
A pesquisa também mostrou que mais da metade dos participantes se identificam como cisgêneros - pessoa que se identifica com o gênero a que foi designado no nascimento - sendo que 53,1% se identificam com o gênero masculino e 46,4% com o feminino.
A edição deste ano da parada apresentou novidades quanto à estrutura. Dois telões de LED foram montados para chamar a atenção do público ao redor da Praça da Estação. Segundo a avaliação da maioria dos entrevistados, as expectativas foram superadas ou atendidas plenamente disseram 79,2% dos entrevistados.
Fortalecimento da comunidade
Segundo a PBH, as ações e políticas para o público LGBT têm sido fortalecidas de forma gradativa e sistemática desde 2017. "Além da criação da Diretoria de Políticas para a População LGBT, o Centro de Referência da População LGBT foi reaberto e estruturado, o que possibilitou um aumento de 134% no número de atendimentos realizados em comparação ao primeiro quadrimestre de 2017", informou o Município por meio de nota.
Outro importante avanço, de acordo com a PBH, foi a criação de um grupo de trabalho para a implantação do campo nome social nos registros e atendimentos de todos os serviços da administração direta e indireta do município.
A Lei 8.176/01, que prevê penalidades para empresas e agentes públicos que praticarem discriminação contra a população LGBT, também foi aplicada pela primeira vez no Município.
NÚMEROS Em 2017, das 445 lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis vítimas da homofobia no Brasil, 43 morreram em Minas Gerais. Foi o segundo estado em número de notificações de assassinatos e suicídios dessa população, segundo dados divulgados no início do ano pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo Thiago Costa, da Subsecretaria de Direitos e Cidadania, o Núcleo de Atendimento e Cidadania LGBT da Polícia Civil registrou crescimento de 134% da procura em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie .