Os moradores ganharam a batalha contra a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para que o grande fícus fique. Depois do protesto que impediu o corte na Avenida Dom José Gaspar, vizinhos da árvore do bairro Coração Eucarístico, na Região Noroeste de Belo Horizonte, fizeram um ato e acompanharam uma nova vistoria realizada no espécime. As autoridades admitiram: “Falha de comunicação da prefeitura” e, em tese, a árvore deve continuar no local. Porém, a saúde do grande símbolo do bairro pode ficar prejudicada – já que a poda a deixou vulnerável ao ataque de fungos. Para tentar garantir a segurança do fícus, a associação de moradores vai acionar a prefeitura para que a árvore seja oficialmente considerada patrimônio do bairro.
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Moradores querem que árvore cortada vire patrimônio do Coração EucarísticoCorte de árvore revolta moradores do Coração Eucarístico BH tem mais de 500 espécies de árvores, segundo inventário da PBH Árvore que caiu sobre táxi não tinha solicitação para vistoria, diz prefeitura Árvore cai sobre táxi e motorista fica ferido na Rua AimorésPorém, a poda que ocorreu na quarta-feira pode, sim, ser muito prejudicial a ela.
O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Coração Eucarístico (Amocoreu), Cassius Marcellus, disse que ontem estiveram no local técnicos de meio ambiente, um engenheiro florestal, engenheiro agrônomo e o gerente de Operações da Regional Noroeste da PBH. “Eles confirmaram que a árvore é saudável, que não impede a passagem de pedestres pelo passeio e admitiram que houve uma falha de comunicação da prefeitura por não fazer o contato com a Amocoreu avisando sobre a supressão”, afirma Marcellus. “Ela está em um quarteirão totalmente comercial, por isso, a prefeitura não imaginou que o fícus teria esse apelo sentimental para os moradores”, explicou.
De acordo com o presidente do Amocoreu, a equipe informou que deverá mesmo ser feita uma nova poda, de reequilíbrio, para que a árvore seja mantida.
OUTRO LADO Por meio de nota enviada ontem, a PBH informou que “atendendo ao pedido da comunidade local e por sua importância simbólica e ambiental, foi feita uma nova avaliação sobre a situação da árvore”. Ainda segundo a administração municipal, “embora a árvore atenda aos critérios de supressão de acordo com a Deliberação Normativa 92/2018, aprovada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, optou-se por fazer somente a poda para equilíbrio da copa da mesma”. “A partir desse novo laudo, a árvore será constantemente monitorada pelos técnicos da Gerência de Infraestrutura Urbana da Regional Noroeste. Outras medidas de controle deverão ser tomadas para minimizar os impactos que a árvore poderá causar ao passeio de pedestre, à rede elétrica e à rede de abastecimento e água e esgotamento sanitário”, finalizou a PBH.
No início do ano, técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente começaram a se pautar por 38 quesitos para analisar a situação das cerca de 500 mil árvores da cidade. Cinco itens são considerados prioritários para determinar o corte imediato.
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