A tecnologia está sendo usada por criminosos para tentar levar produtos ilícitos para dentro de penitenciárias. Em Minas Gerais, em quatro ocasiões, drones foram flagrados transportando drogas, celulares e até armas para dentro das unidades prisionais. A última delas foi anteontem, em Ipaba, na Região do Vale do Rio Doce. O drone foi atingido por um tiro disparado por agente penitenciário. Celulares, uma pequena quantidade de maconha e uma serra foram apreendidos. Ninguém foi preso. O caso será investigado pela Polícia Civil.
O drone sobrevoava a Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho quando foi avistado pelos agentes. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), um tiro foi disparado pelo agente penitenciário e o objeto acabou caindo. Ele levava dois celulares, dois carregadores, um cartão de memória, três chips, uma serra e aproximadamente 100 gramas de substância semelhante à maconha.
Esse caso não foi o único flagrado em Minas Gerais. A Seap já registrou quatro tentativas de entrega de drogas e armas em unidades prisionais. Entre elas, duas capturas e outras duas interceptações. No ano passado, em agosto, um caso foi registrado em Uberlândia, na Região do Triângulo Mineiro. Um drone sobrevoou os pavilhões da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga carregando dois celulares e carregadores. Ele acabou interceptado por agentes penitenciários. A Seap não informou detalhes da interceptação.
Outro caso ocorreu em Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais. Em maio de 2017, um aparelho sobrevoou o Presídio Regional da cidade com uma sacola amarrada nele. Dentro dela, três celulares. Quando o drone passou próximo a dois pavilhões, os aparelhos foram soltos. Os agentes penitenciários conseguiram interceptar o material dispensado e pegar a aeronave não tripulada. Um homem suspeito chegou a ser visto em um morro próximo à unidade, mas ele conseguiu fugir.
MONITORAMENTO Quadrilhas que em atuam em Minas Gerais também já fizeram o uso da tecnologia em outros crimes. Em junho, uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em cidades da Região Centro-Oeste de Minas Gerais levou à prisão de uma organização criminosa que usava drones para monitorar a movimentação da polícia. Os criminosos agiam em ao menos quatro cidades no fornecimento e venda de drogas. Foram presas 20 adultos e aprendido um adolescente. A polícia recolheu ainda tabletes de maconha, cocaína e crack.
O promotor Ângelo Ansanelli Júnior, responsável pelas investigações, informou, na época, que os criminosos monitoravam a movimentação policial e repassavam as informações para outros membros da organização por meio de mensagens em aplicativos de celulares.