O alerta em relação ao sarampo já foi dado pelas autoridades de saúde de todo país devido a confirmações de casos em diferentes estados. O vírus já infectou moradores da Região Sudeste, no Rio de Janeiro e São Paulo, e se aproxima de Minas Gerais. O Estado está investigando 63 casos suspeitos dentro do território mineiro. Nenhum caso foi confirmado. A campanha nacional de imunização contra a doença e a poliomelite tem início na próxima segunda-feira. Em Minas, a cobertura continua abaixo da meta. As doses estão disponíveis gratuitamente a população nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
Balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quarta-feira mostram que já foram notificados neste ano em Minas Gerais 118 casos suspeitos da doença. Destes, 55 foram descartados. Amostras laboratoriais dos pacientes estão sendo analisadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). “Destaca-se, contudo, que as ações de notificação imediata, controle e bloqueio vacinal são independentes do laboratório e devem ser iniciadas a partir da suspeita da doença”, informou a pasta.
Os dados da SES mostram que o maior número de notificações se concentram nas regiões Centro, Oeste, Leste, Sul e Triângulo. A pasta informou que apura um possível surto de parvovírus B19, e, devido ao alto número de notificações para as duas doenças, “o sarampo surge como alternativa diagnóstica diferencial para esta possibilidade”, completou a secretaria.
A preocupação com o sarampo se deu com o aparecimento de casos da doença no ano passado na Região das Américas. Em fevereiro, a doença, declarada erradicada no Brasil em 2016, voltou a ameaçar. Dados do Ministério da Saúde mostram que 794 casos foram confirmados no país. Destes, 519 aconteceram em Amazonas, sendo que uma pessoa morreu, 272 em Roraima, com um óbito, dois casos no Pará e um em Rondônia. Na Região Sudeste 15 casos foram confirmados, sendo 14 no Rio de Janeiro, e um em São Paulo.
A transmissão do sarampo pode ocorrer de uma pessoa a outra, por meio de secreções expelidas ao tossir, falar, espirrar ou até na respiração. O contágio pode se dar ainda por dispersão de gotículas no ar em ambientes fechados. Por isso, é considerada uma doença infecciosa viral extremamente contagiosa. Os principais sintomas são manchas avermelhadas em todo o corpo, febre alta, congestão nasal, tosse e olhos irritados, além de poder causar complicações graves, como encefalite, diarreia intensa, infecções de ouvido, pneumonia e até cegueira, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos.
Vacinação
A vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, rubéola, e caxumba, está disponível nas unidades do SUS. Segundo a SES, a cobertura vacinal em crianças de 1 ano ficou abaixo da meta de 95% em 2017 e 2018. Atualmente está em 66,7%. “Este fato é bastante preocupante, uma vez que a maior parte dos casos suspeitos de sarampo ocorrem em crianças, geralmente menores de 5 anos, que já deveriam estar como esquema de vacinação completo. Além disso, o índice de complicações e óbitos também é maior neste grupo alvo”, afirmou a SES.
As doses estão disponíveis não apenas para as crianças, mas também para as pessoas que não tenham registro vacinal. A SES vai falar fazer uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira para dar detalhes sobre a campanha de vacinação em Minas Gerais.
Veja o esquema de vacinação por idade:
Aos 12 meses de idade, a criança deverá receber a primeira dose da vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba).
Aos 15 meses de idade, a criança deverá receber a segunda dose com a vacina tetraviral (contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a catapora/varicela) ou a vacina tríplice viral e a de varicela monovalente.
De 02 a 29 anos, caso não tenha nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverão receber duas doses com intervalo de no mínimo 30 dias da primeira dose.
De 30 a 49 anos, caso não tenha nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverá receber apenas uma dose.
Após 49 anos de idade, não é necessário a vacinação porque são consideradas imunes.
Profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas e outros), independente da idade, devem ter duas doses válidas da vacina tríplice viral documentadas.
Profissionais de transporte (taxistas, motoristas de aplicativos, motoristas de vans e ônibus), profissionais do turismo (funcionários de hotéis, agentes, guias e outros), viajantes e profissionais do sexo devem manter o cartão de vacinação atualizado conforme os esquemas vacinais.