Jornal Estado de Minas

Agosto terá chuvas atípicas em Minas Gerais

 

As condições climáticas deste agosto prometem ser atípicas. Para se ter uma ideia, somente ontem, na capital mineira, choveu o acumulado de 11 milímetros, segundo o ClimaTempo. A média de precipitações mensal do período nos últimos 30 anos na cidade é de 15mm. O belo-horizontino teve uma quinta-feira de dois tempos: manhã chuvosa, com temperatura mínima de 17 graus e tarde com sol parcialmente coberto e termômetros chegando aos 23,7 graus. No começo da noite, precipitações isoladas, com 21 graus.

Houve alagamento no Anel Rodoviário, no Bairro Betânia, Oeste da cidade, além de quedas pontuais de energia. Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de BH e Corpo de Bombeiros não registraram chamadas. No Sul de Minas, em São José da Barra, choveu forte com granizo. Na noite da quarta-feira, primeiro dia do mês, um temporal causou danos em Alvinópolis, na Região Central do estado.
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do ClimaTempo, haveá pancadas isoladas em boa parte do estado este mês.

“Na terça-feira chegou ao estado uma massa de ar polar. E até a próxima terça teremos instabilidades em municípios das regiões Central, Sul, Zona da Mata e Triângulo Mineiro. Não chove no Norte e Noroeste de Minas. É uma situação atípica para o mês, que pelo menos nos últimos 10 anos foi de estiagem”, assinalou Ruibran.

De acordo com o meteorologista, desde o meio de julho o fenômeno El Niño passou a atuar, ainda que em menor intensidade, o que eleva as temperaturas. Com o deslocamento de massas frias, que vêm do sul brasileiro pelo litoral, há formação de nuvens espessas e escuras (cúmulos-nimbos) e, consequentemente, as pancadas de chuva ocasionais em áreas isoladas.

“Será um agosto e setembro com chuvas. Mas o período chuvoso mesmo só começa no fim de outubro. Essas precipitações podem evitar os incêndios florestais, mas não recompõem níveis de reservatórios”, destaca Reis.
Na capital, segundo o meteorologista, os termômetros vão variar hoje entre 14 e 24 graus, com pancadas isoladas. No estado, a mínima no Sul, ao longo da Serra da Mantiqueira, será de 7 graus, com possibilidade de precipitações. No Norte, máximas de 32 graus, como em Pirapora, sem previsão de chuvas.



ALVINÓPOLIS Equipes da prefeitura e Defesa Civil Municipal percorreram ontem vários pontos de Alvinópolis, na Região Central, para checar os estragos do temporal que assustou os moradores na noite da quarta-feira. Foram poucos minutos de chuva, mas as precipitações foram suficientes para alagar trechos de ruas, derrubar postes e destelhar imóveis no município, a 163 quilômetros de BH.

O secretário de Desenvolvimento de Alvinópolis, Carlos Alexandre Cesário, contou que a Defesa Civil trabalha no levantamento do número de casas e outros imóveis danificados e verifica se há pessoas desalojadas ou desabrigadas. Segundo ele foram pelo menos 20 chamados de moradores devido ao temporal. A cidade ficou sem energia elétrica e sem comunicação até o fim da manhã.

“Destelhamentos de casas, muito lamaçal que invadiu a cidade oriundo das estradas rurais, tampas de caixas d’água e portões de garagens arrancados. Foi uma espécie de tornado, muito vento com um volume de água grande junto a granizo”, detalhou Cesário sobre a chuva que, segundo ele, começou às 20h30 e teria durado apenas 15 minutos.

Ontem choveu forte em vários municípios mineiros, principalmente na Zona da Mata e Sul de Minas.
Na Usina de Furnas, em São José da Barra, houve registro de granizo.

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