Moradores de Belo Horizonte, principalmente de bairros da região da Pampulha e Noroeste, contam os prejuízos após o forte temporal da noite de segunda-feira na capital. Na manhã desta terça, ainda há árvores caídas nas ruas, telhados arrancados, carros danificados e falta de energia.
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Chuva de granizo assusta moradores de BHChuva forte atinge BH com queda de granizo em várias partes da cidadeBH tem previsão de chuva para a noite desta segunda-feiraEstragos da chuva em BHBH registra pela primeira vez chuva de granizo no mês de agosto, diz InmetEscola é destelhada e árvore cai em estrada durante a chuva em BarbacenaÁrvore cai e atinge caminhão de lixo na Região Oeste de BHDefesa Civil de Belo Horizonte não conseguiu emitir alerta de temporal com granizoInstabilidade continua e pode chover de novo em Belo Horizonte nesta terçaA orla da Lagoa da Pampulha amanheceu muito suja e com comerciantes contabilizando prejuízos. Em uma lanchonete do Bairro Bandeirantes, 10 toldos de mesa foram destruídos e precisaram se retirados.
Um fenômeno atípico ocorreu na noite de ontem em parte do estado, principalmente na capital e Região Metropolitana de Belo Horizonte, além de cidades da Zona da Mata e Leste de Minas.
Na capital, as regiões mais atingidas pela queda de granizo foram o Barreiro, Leste, Pampulha, Nordeste e Noroeste. No Bairro Sagrada Família, Leste de BH, a enxurrada nas descidas fortes pareciam rios de gelos. No Estádio Independência, a partida de futebol teve que ser interrompida por 25 minutos devido à queda de granizo e posterior falta de energia. A Coordenadoria de Defesa Civil de Belo Horizonte e o Corpo de Bombeiros ainda não informaram um balanço dos danos. Mas nas redes sociais há relatos de quebra de vidros de casas e de automóveis e buracos em toldos.
A servidora pública Brenda Prado, de 37 anos, moradora do Sagrada Família, contou que foram momentos de tensão. “Primeiro foi uns 10 minutos de chuva forte e, na sequência, uns dois minutos de queda de granizo. As pedras que caíam sobre as coberturas galvanizadas dos carros na garagem faziam um barulho forte.
Segundo a servidora, em 2007 ela se viu à tarde em meio a uma chuva desse tipo em setembro. “Estava de carro na rua e houve danos na lataria. Hoje (ontem), não sei se houve danos no veículo, pois de noite não dá para enxergar direito. Mas aqui em casa, como também nos vizinhos, o temor era de que as janelas se quebrassem, o que por sorte não ocorreu no prédio”.
Ainda em BH, choveu forte com granizo no Castelo e São Francisco, na Pampulha, no Caiçara, Noroeste, Bairro da Graça, Nordeste, entre outros. De acordo com a Cemig, houve chamados de queda de energia em várias partes de Belo Horizonte, por quedas de árvores e transformadores que estouraram. Mas a região mais afetada na cidade foi a Pampulha. Também ficaram no escuro moradores de Betim, Brumadinho, Contagem, Sabará e Nova Lima, na Grande BH.
Em Contagem, no Bairro Ressaca, a situação não foi diferente, segundo relata a fotógrafa Giselle Reis Assis, de 24. “Às 20h57 começou a pancada de chuva e logo depois o granizo. Minha família e eu nos abrigamos em um cômodo da sala e o barulho das pedras no telhado era bem forte. Duas janelas daqui de casa, que não tinham grades, tiveram vidros quebrados, na cozinha e na área de serviço”.
Para hoje, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mais pancadas de chuvas em Belo Horizonte, com termômetros variando entre 16 e 24 graus. No estado, tempo nublado com precipitações e trovoadas no Sul/Sudoeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata. Céu parcialmente encoberto com pancadas de chuva isolada no Oeste, Rio Doce e Região Metropolitana. Demais regiões, parcialmente nublado. Névoa seca no Noroeste e Norte. Máxima em Minas de 37 graus, Norte/Noroeste, e 9 graus no Sul.
De acordo com a Defesa Civil de BH, choveu nas seguintes regiões: Barreiro (12mm), Centro-Sul (11,4mm), Leste (12,6mm), Noroeste (10,4mmm), Pampulha (20mm), Oeste (10,8mm), Norte (1,2mm). Não houve registro de chuva em Venda Nova. A média histórica para o mês é de 14,8mm.
EM viu - Pânico na avenida
Passei 10 minutos de pânico na Avenida Cristiano Machado. Estava vindo do bairro Jaraguá para a Cidade Nova quando a chuva me pegou na boca da trincheira de acesso à Avenida José Cândido da Silveira. As pedras de granizo batiam na lataria do carro parecendo bombas. Vi que estava bem alagado e, pior, os carros estavam parados. Bem na frente havia uma viatura da Rotam fazendo não sei o quê. Pensei no fim do mundo e nada saía do lugar. Só depois de uns 10 minutos os carros começaram a se mover. Vi que a chuva estava aumentando e andei mais devagar até chegar em casa. Ufa! (Gustavo Werneck)
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