Jornal Estado de Minas

Apreensão de drogas no Aeroporto de Confins quase supera registros de 2017


Dentro de travesseiros, em fundos falsos de malas e até mesmo no interior do próprio corpo. Essas são algumas das maneiras usadas por pessoas que tentam transportar drogas para outro estado ou país usando o aeroporto internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, como ponte. Somente neste ano, 10 pessoas foram presas em flagrante no terminal com entorpecentes. O número já corresponde a 62,5% das prisões realizadas ao longo de 2017. Destaque para a apreensão de skunk, droga mais potente que a maconha, que aumentou 18,7%. O último flagrante realizado no aeroporto ocorreu ontem, quando um jovem de 20 anos foi detido pela Polícia Federal (PF) ao tentar embarcar com cápsulas de drogas no estômago. Ele ia para Lisboa, em Portugal.





Dados da PF mostram que o aeroporto está na rota do tráfico de drogas. De janeiro até ontem, oito flagrantes foram feitos no terminal, com as 10 prisões nos embarques e desembarques. Ao longo de 2017, foram 16 detidos com drogas no aeroporto. Neste ano, já estão identificadas três organizações criminosas atuando nesse tipo de crime na área. Até 27 de julho, skunk foi a droga mais apreendida, num total 28,5 quilos. Também foram encontrados 10,6 quilos de cocaína e 320 gramas de haxixe, além de 10.306 comprimidos de ecstasy.


De acordo com o delegado Elester Lamoia de Moraes, chefe da Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal, além das pessoas flagradas no aeroporto, outros 12 criminosos foram presos a partir das investigações. “Já temos nove inquéritos concluídos este ano. Esse pessoal seria responsável pela logística das organizações criminosas. O crescimento das prisões em Confins é consequência, em parte, do próprio aumento do fluxo de passageiros e voos, mas também das estratégias de vigilância, que desde a transferência do canil para o terminal, permitiu um avanço das detenções”, destacou Elester Moraes.


Nos últimos três dias, a PF fez duas apreensões no aeroporto. No domingo, um jovem foi flagrado ao tentar embarcar para Lisboa com drogas no estômago. De acordo com a PF, ele é de Barcarena (PA) e disse ter ingerido 100 cápsulas de uma substância que ele acreditava ser cocaína. Com risco de morrer, o jovem foi levado a um hospital para receber atendimento médico e para que a extração das cápsulas fosse feita. A ingestão do material foi confirmada por uma tomografia. Após receber medicação, ele expeliu 56 delas e continuou internado.





Na sexta-feira, uma mulher foi detida ao tentar embarcar com destino a Joanesburgo, na África do Sul, com cinco quilos de pasta-base de cocaína. Durante a fiscalização contra o tráfico, a suspeita foi revistada, assim como sua mala, onde a droga foi encontrada. A passageira, de 42, natural de Londrina e moradora de São Paulo, disse que recebeu o entorpecente de um homem, mas não revelou a identidade dele. Junto com a droga, ele lhe entregou as passagens aéreas e US$ 400 em dinheiro.


Em junho, outra ação da PF levou à prisão de um homem de 25. Ele foi detido em flagrante no dia 23, com aproximadamente cinco quilos de pasta-base de cocaína na mala. O jovem desembarcou na capital mineira para conexão rumo a Porto Velho e destino final em Belém. As drogas foram encontradas com auxílio de cães farejadores em um fundo falso na mala durante fiscalização de rotina.


No início de junho, dois portugueses também foram presos depois de chegar de Lisboa com três quilos de ecstasy. A droga estava escondida no fundo falso da bagagem de um dos passageiros, de 36. Depois da apreensão, a polícia começou uma investigação no Centro de Belo Horizonte, onde o estrangeiro pretendia se hospedar, para encontrar os outros criminosos. Eles descobriram que o receptador da droga seria outro português, de 37, que já tinha passagens pela polícia no país europeu por tráfico internacional de drogas.

Em fevereiro, um homem de 23 anos foi preso no aeroporto com 10 quilos de substância semelhante ao skunk. Ele é natural de Manaus e havia embarcado em um voo em Porto Velho, com destino a João Pessoa e escala em Confins, onde acabou descoberto. Os 10 quilos do entorpecente estavam embalados em um saco plástico azul dentro de uma mala.





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