A polêmica diante da exposição Sonho agridoce, ou imaculado, no Centro Cultural São Geraldo, na Região Leste de Belo Horizonte, ganhou um novo capítulo ontem. A pedido do vereador Fernando Borja (Avante), a Procuradoria da República do Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) recomendou a suspensão da mostra “caso não tenha sido providenciada a prévia e necessária classificação indicativa”. Entretanto, a Fundação Municipal de Cultura reafirmou que o “trabalho se encontra dentro dos padrões sugeridos como critérios para a classificação livre”. A instituição disse ainda que a mostra atende a todos os requisitos legais para sua realização e permanecerá na programação do centro cultural. A peça artística apresenta mais de 200 fotos com corpos masculinos parcialmente despidos, parte delas presas a um vestido de noiva por alfinetes, e é alvo de críticas de dois parlamentares.
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Tentativa de vereadores de barrar exposição em BH gera protesto e aumenta visitaçãoJustiça manda vereador retirar vídeo sobre exposição polêmica do FacebookExposição na Praça da Estação resgata joias sacras de Minas GeraisSavassi terá feira de adoção de cães filhotes e adultos neste sábadoAlém de Borja, o vereador Jair di Gregório (PP), em vídeo divulgado em redes sociais na internet, também se mobilizou contra o trabalho, classificado pelos políticos como “apologia à erotização e à masturbação”. Depois dos depoimentos vereadores contra a instalação, pelo menos quatro ameaças foram feitas contra a administração do centro cultural. Diante disso, a Guarda Municipal precisou deslocar equipes para garantir a segurança do local.
Para definir a classificação indicativa, o artista e o local de exposição precisam seguir as diretrizes do Guia Prático de Classificação Indicativa, elaborado pelo próprio MPF. De acordo com a assessoria da Fundação Municipal de Cultura, não é necessário qualquer aval por parte da instituição ou de outro órgão do poder público para que um trabalho seja exposto.