Um homem de 26 anos foi detido sob suspeita de tentar estuprar uma adolescente de 15 anos dentro da Escola Estadual Governador Milton Campos, o Colégio Estadual Central, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Militar, pelo menos outras duas meninas disseram ter sido agredidas sexualmente pelo homem em outras ocasiões. O caso ganhou as redes sociais e gerou protestos dos estudantes, que se mobilizaram na manhã de ontem, por meio de uma assembleia, e no fim da tarde do mesmo dia, em manifestação organizada pelo Grêmio Estudantil Livre Abre Alas, vinculado à escola. O suspeito é um ex-aluno da instituição, que foi ouvido na Delegacia de Plantão de Atendimento à Mulher e liberado por falta de indícios que justificassem a prisão, segundo a Polícia Civil. Um inquérito será aberto sobre o caso.
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Mulheres foram o principal alvo de quatro dos seis crimes que cresceram em MinasSaiba como é encontro em que homens refletem sobre agressões a mulheres em BHBriga de pais com Colégio Santo Agostinho volta à tona em rede socialCasos de estupro disparam em BH; Polícia Civil investiga situaçõesJovem de 22 anos denuncia sequestro e estupro no Bairro BelvederePolícia prende homem suspeito de estuprar menina de 5 anos em MinasHomem tenta estuprar mulher em movimentada avenida da Grande BH e é presoJovem é assassinado com 13 tiros no Bairro CalafateCom a presença da PM na escola, outras alunas se aproximaram e disseram que o homem havia tentado beijá-las em datas anteriores.
A denúncia das alunas que foi registrada no boletim de ocorrência difere da versão apresentada pela diretoria da escola em relato dado à Secretaria de Estado de Educação (SEE), por meio Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana A, responsável pela coordenação do Estadual Central.
Conforme a PM, todas as vítimas disseram que o suspeito não é aluno do Estadual Central e sempre pula o muro da escola para tocar violão no intervalo. A diretoria da instituição disse à polícia que em momento algum autorizou a entrada e permanência do jovem no interior da instituição.
De acordo com a Polícia Militar, o suspeito assumiu que queria ficar com a aluna, mas nega as acusações de tentativa de estupro. Na versão apresentada, ele ainda diz que se já ficou com alguma estudante, foi com consentimento. Uma das adolescentes também foi ouvida na Delegacia de Plantão de Atendimento à Mulher. Segundo a Polícia Civil, as outras meninas não foram intimadas a comparecer à delegacia até a tarde de ontem. Caso seja interesse delas, o órgão afirma que está disposto a ouvi-las. O caso revoltou os estudantes, que ligaram para a PM na tarde de quinta-feira e foram aos corredores da escola pedir providências.
OUTRA VERSÃO
Responsável por organizar a mobilização dos alunos, o Grêmio Estudantil Livre Abre Alas, vinculado aos estudantes da escola, informou que as três tentativas de estupro ocorreram na tarde de quinta-feira. Durante os atos, o suspeito estaria vestido com o uniforme da escola, segundo o coletivo. O grupo confirmou que o suspeito é ex-aluno da escola e que estava na instituição sem permissão da diretoria.
Após o episódio envolvendo as colegas, os estudantes fizeram uma manifestação na manhã de ontem. Com cartazes, eles se posicionaram no pátio e organizaram uma assembleia. “Hoje fizemos um ato do Grêmio com a escola toda. A gente se manifestou em três horários, das 7h50 às 9h30. Fizemos um processo democrático de votação e o diretor também se posicionou”, explicou o grêmio. Para compensar o horário das aulas, em um acordo com a diretoria, os estudantes fizeram apenas metade do intervalo.
De acordo com o grêmio, o número de alunos dobrou no ano passado e há poucos funcionários para atender a demanda. A entidade estudantil afirma que vários pedidos de melhorias foram feitos pela diretoria à Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A, mas nenhum deles foi atendido. Além disso, o imóvel também está em obras e o muro instalado provisoriamente, segundo os alunos, é muito baixo.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que já solicitou a contratação de mais servidores para reforçar o controle de acesso e circulação de pessoas dentro da escola, para garantir a segurança dos alunos.