Além da confirmação desses pontos, a visita técnica alertou para a possível instalação do Complexo Minerário Serra do Taquaril (CMST), ainda em análise pelo poder público. Segundo Reis, a área explorada pode se tornar um grande complexo minerário, caso o CMST comece a operar. De acordo com o mesmo político, se o empreendimento for aprovado, a exploração pode chegar a 1 bilhão de toneladas de minério ao longo de três fases de operação. Para se ter uma ideia, a Empabra diz que pode retirar, no máximo, 1,5 milhão de toneladas do material por ano. Implementada em julho, a CPI tem até 14 de novembro para emitir laudo sobre a atuação da Empabra. Se necessário, os políticos podem solicitar prorrogação da investigação por mais 60 dias.
Sobre a visita de ontem, a mineradora informou que em momento algum foi formalmente comunicada do comparecimento dos vereadores. A empresa ainda ressaltou que anseia pela volta de sua produção regular, para a retomada dos empregos, da recuperação ambiental e dos investimentos sociais no local.
SUSPENSÃO A mineração no local está suspensa desde julho, quando a Semad constatou irregularidades no cumprimento de quatro determinações do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – firmado em 2017 por meio da Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram) Central Metropolitana. As condicionantes dizem respeito a um sistema de limpeza de rodas de caminhões de minério, um programa de monitoramento das vias públicas por conta do escoamento de minério, a criação de canal de ouvidoria e a realização de reuniões com a comunidade para discutir as atividades.
Em julho, o Estado de Minas apontou para o risco de desestabilização da cumeada da Serra do Curral por meio das atividades da Empabra. A ameaça à estabilidade do cartão-postal foi reconhecida pela Semad, em relatório enviado à Justiça na ocasião.
A discussão sobre possíveis danos da mineração sobre a Serra do Curral, símbolo de Belo Horizonte, ganhou força a partir do Laudo de Constatação 1/2017, produzido pela gerência do Parque Estadual Floresta da Baleia em novembro de 2017, que atesta que a mineração alterou o perfil do solo próximo ao limite da área de preservação e reduziu a capacidade de armazenamento de água na microbacia.