As ações para diminuir as quedas de árvores em Belo Horizonte vêm crescendo. De janeiro a julho, foram feitas 36,4% mais podas do que em todo o ano passado. O número de supressões saltou 46,3%. Além disso, o investimento é o dobro de 2017, chegando a R$ 8 milhões. Apesar dos esforços, acidentes continuam a ocorrer. Ontem, um espécime de alecrim de campinas caiu sobre um táxi na Rua Aimorés, no bairro Boa Viagem, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O motorista foi atingido na cabeça e levado para um hospital da cidade. O estado de saúde dele não foi informado. A prefeitura esclareceu que não havia nenhuma solicitação de vistoria para a árvore e que a possível causa da queda foi o rompimento da base de seu tronco.
Ainda assim um espécime caiu ontem sobre um carro na Rua Aimorés. A árvore ficava próximo ao número 1.006. Um táxi que passava pelo local acabou atingido. O motorista, identificado como Geraldo Magela, de 48 anos, ficou ferido. A mulher dele, Eliana Pereira, se assustou quando ficou sabendo do incidente. “Liguei para ele. Estava assustado e pedindo socorro. Passei o telefone para minha cunhada e uma pessoa avisou que uma árvore tinha caído em cima do carro”, afirmou.
Segundo ela, o motorista relatou que estava com dor na cabeça e na coluna. Disse, ainda, que o marido já tinha relatado o medo de dirigir e ser atingido pelas árvores. “Já comentou que tinha medo. Só olhar o fundo dela (árvore): está todo oco. A gente fica preocupada, sempre em oração”, disse. O motorista foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. “Quando chegamos, imobilizamos o pescoço dele por conta da cervicalgia que relatou, e depois o estabilizamos o suficiente para retirá-lo pelo porta-malas”, explicou o tenente Sérgio Magalhães, que participou do resgate.
Segundo ele, a árvore tinha aproximadamente 15 metros de altura e dava sinais que não estava saudável. “Grande problema já estava praticamente morta, mas infelizmente fomos acionados pela emergência em si. Se o pessoal tivesse relatado alguma coisa, como barulho ou outros sinais, a gente teria vindo anteriormente para fazer vistoria ou retirá-la”, disse. “Dá para ver que estava com um pedaço da raiz exposto e o maior problema é que essa parte já estava seca”, finalizou.
ESTRONDO Moradores e comerciantes da região afirmam que ouviram um forte estrondo no início da tarde. Quando olharam pelas janelas ou das portas das lojas, notaram que era uma árvore que havia caído em cima de um carro. “Ouvi um barulho muito forte. Imaginei que era um terraço ou um telhado do estacionamento, que é do lado, que tinha caído. Quando cheguei na janela, vi a árvore caída”, explicou Marco Aurélio Monteiro, de 75 anos. Segundo ele, solicitações foram feitas à Prefeitura de Belo Horizonte para verificar a situação de árvores da região. “Tem até outra, que também está perto de cair. Já pedimos para cortar, mas eles não quiseram”, contou.
Vizinha de Marco Aurélio, Maria Cármen, de 72, passou pelo local minutos antes de a árvore cair. “A gente ouviu o barulho lá de cima. Tinha acabado de passar por aqui. É uma rua muito movimentada. E, inclusive, faço hidroginástica aqui próximo”, disse. “Há pouco tempo, foi tirada uma (árvore) do lado a pedido do prédio. Essa devia estar oca também”, finalizou.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura informou que a queda foi “causada pelo rompimento da base do tronco e, após o incidente, foi observado que os galhos da árvore estavam secos”. Explicou, ainda, que não havia nenhum pedido de vistoria para esse espécime”. “As solicitações de podas e supressões de árvores são criteriosamente avaliadas. São priorizadas as podas e supressões de árvores condenadas ou que possam representar riscos de causar danos humanos ou materiais e que já possuam laudos indicando a supressão, com eminente risco de queda. As demais solicitações entram em fila de espera para execução em momento oportuno”, finalizou.